• A agressão de Michel Temer João Roberto Gullino Honorário da APL

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  • 19/10/2017 08:20

    Presidentes do país, pela posição que ocupam, deveriam medir suas palavras quando são ditas de caso pensado, portanto, de nada adianta pedir desculpas depois, como FHC, que classificou os aposentados antes dos 50 anos, de “vagabundos”, quando ele poderia vestir a carapuça até a ponta dos pés, já que se aposentou prematuramente, por benesse especial, aos 37 anos. Portanto, desculpas só são aceitas quando proferidas no arroubo de uma discussão com os ânimos exaltados e fora do controle emocional.

    Agora vem o sr. Michel Temer, inadvertidamente, no dia dedicado à classe, tentar bajular os médicos, comparando-os aos políticos que “lutam pelo país, enquanto eles lutam para salvar vidas” – uma infeliz comparação já que podem existir políticos médicos e médicos corruptos, mas são duas condições distintas como podem existir políticos honestos e médicos incompetentes – mas ambos são raros. Assim, o sr. Temer deu um tiro no pé ou saiu o tiro pela culatra – ocasião em que melhor seria, ter ficado calado. Sandices palacianas já estamos fartos com as de Lula e Dilma – não lhes roubem a primazia..

    Portanto, defendo e rebato tal comparação esdrúxula, irresponsável e inconveniente ao comparar médicos com políticos – duas classes distintas sem qualquer parâmetro, já que agride toda uma legião de profissionais abnegados como o filho de um casal amigo que, numa única cirurgia, consumiu doze horas seguidas de trabalho, concentrado em sua missão e responsabilidade de lidar com seres humanos , muito diferente do que faz um político, que recebe muito para não fazer nada além de “arrotar” grandeza – sim, porque políticos não sabem falar com equilíbrio, só sabem arrotar se sempre estão a exalar mau cheiro com suas palavras.

    E se não tenho procuração da classe médica para defendê-la, falo por minha filha, pediatra nefrologista – talvez a única daqui; de meu genro, responsável pela saúde de boa parte das crianças e jovens da cidade; por minha nora, cardiologista no Rio, que dá, entre outras, assistência num hospital de idosos carentes, como igualmente de muitos amigos que não merecem tal comparação. E desconheço que algum deles possa estar envolvido em corrupção e nem sob processo de suspeição.

    Volto a repetir – o sr. Temer deveria bater com o pé na boca se a mão não alcança, por pretender se equiparar a cidadãos corretos e responsáveis profissionalmente – e o mais importante – sem  “maiores compromissos” com qualquer segmento político, para se envolverem em relacionamentos impuros. Como alguém já disse: “Sou espelho – se me baterem, eu quebro, mas se me pisarem, eu corto”.

    jrobertogullino@gmail.com.



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