Lucro do Itaú vai a R$ 5,388 bi no 4º trimestre de 2020, queda de 26,1% em um ano
Primeiro grande banco a publicar os resultados do quarto trimestre do ano passado, o Itaú Unibanco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,388 bilhões no período, queda de 26,1% em relação ao último trimestre do ano anterior. Em um ano marcado pela pandemia, seu resultado consolidado foi a R$ 18,5 bilhões, recuo de 34,6% em relação a 2019, impactado pelo reforço nas despesas reservadas para cobrir calotes.
O maior banco da América Latina apresentou, contudo, aumento de 7% do lucro no quarto trimestre em comparação aos três meses anteriores, já como reflexo da reabertura gradual da economia, que permitiu uma redução dos gastos com provisões e expansão da carteira de crédito para pessoa física. “Fomos capazes de responder aos desafios extraordinários trazidos pela pandemia, sem comprometer nosso foco em satisfação de clientes, transformação digital e eficiência”, avalia o atual presidente do Itaú e futuro membro do Conselho do banco, Candido Bracher.
O lucro líquido do banco ficou em sintonia com as previsões do mercado. A média das expectativas de cinco instituições financeiras consultadas pelo Prévias Broadcast (BTG Pactual, Goldman Sachs, Citi, Safra e Eleven) apontavam para um lucro de R$ 5,53 bilhões, ou 2,7% a mais. O Estadão/Broadcast considera o número em linha quando o resultado vem até 5% acima ou abaixo das projeções.
A carteira de crédito total do Itaú alcançou R$ 869,5 bilhões ao fim de dezembro, alta de 2,7% em relação ao trimestre anterior e de 20,3% em comparação a igual período de 2019. Para pessoa física, foram R$ 255,6 bilhões, aumento de 7,5% em relação aos três meses anteriores e de 6,6% em comparação a igual trimestre de 2019.
Apesar da pandemia, o custo de crédito do banco teve uma redução de 4,3% no quarto trimestre na comparação com o terceiro, atingindo R$ 6,03 bilhões. Em um ano, porém, quando a covid-19 ainda não impactada o País, foi visto incremento de 3,8%.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do Itaú experimentou o segundo trimestre seguido de alta, ainda como reflexo da diminuição das provisões. Passou de 15,7% no terceiro para 16,1% no quarto trimestre. Ainda está abaixo, contudo, dos níveis anteriores à pandemia. No quarto trimestre de 2019, estava em 23,7%. No ano de 2020, foi a 14,5%, bem abaixo do patamar do ano anterior, também de 23,7%.
Já o patrimônio líquido do Itaú era de R$ 136,5 bilhões ao fim de dezembro, 3,5% maior em um ano. No trimestre, ficou praticamente estável, com ligeira alta de 0,1%. No quarto trimestre, o maior banco da América Latina alcançou a marca de R$ 2,112 trilhões em ativos totais, alta de 21,5% em um ano. No comparativo trimestral, também ficou praticamente estável, com avanço de apenas 0,1%.
O banco comenta seus resultados do primeiro trimestre na próxima terça-feira, dia 2, às 8h30, em teleconferência com a imprensa. Na sequência, realiza teleconferência com analistas e investidores, às 10 horas, em português, e, às 11h30, em inglês.
Será a última teleconferência de Bracher, que deixa a presidência do Itaú amanhã e passa o bastão a Milton Maluhy, que também participará das teleconferências. “Encerro meu mandato muito confiante de que sob a liderança competente do Milton , o Banco será capaz de atingir resultados crescentes”, disse ele, em nota à imprensa.
O futuro presidente do Itaú, Milton Maluhy, afirmou, no mesmo comunicado, que além das questões conjunturais provocadas pela pandemia de covid-19 que ainda impactam o desempenho do banco, o contexto competitivo segue particularmente dinâmico. “Não faltarão desafios em 2021. Nesse contexto, vamos aprofundar o processo de digitalização das operações, sempre com o objetivo de melhorar a experiência dos nossos clientes, aumentar a eficiência e acelerar a nossa agenda de crescimento”, concluiu.