Covereadora Samara Sosthenes registra boletim após sofrer ataque a tiros em SP
A covereadora Samara Sosthenes, da bancada Quilombo Periférico (PSOL), foi a terceira mulher transexual, com atuação na Câmara de Vereadores de São Paulo, a registrar boletim de ocorrência após ter sofrido ataque na cidade. De acordo com a parlamentar, ela e sua família foram alvos de um disparo com arma de fogo neste domingo (31) em frente à sua casa, localizada na zona sul da capital paulista. Consta no boletim de ocorrência que o tiro foi lançado para o alto e que a pessoa autora do ataque passou de moto pela rua e estava de capacete.
As vítimas não conseguiram registrar a placa do veículo e uma testemunha, que não quis se identificar, presenciou o atentado. Em vídeo publicado na página oficial do mandato coletivo no Instagram, Samara Sosthenes relata que o bairro onde vive não tem histórico de violência como o que ela experimentou neste domingo. “Não é um fato isolado, isso é sim um ataque, uma forma de querer silenciar esses corpos pretos, periféricos e trans que estão agora dentro da política”, disse na gravação, realizada em frente ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa, da Polícia Civil.
Três dias antes do atentado contra Samara, a vereadora Erika Hilton (PSOL) foi ameaçada por um homem que se identificou como “garçom reaça”. Há cinco dias, Carolina Iara, covereadora da Bancada Feminista (PSOL), também foi alvo de disparos de arma de fogo, feito por pessoas que se escondiam em um carro. Todos os três ataques ocorreram na semana da visibilidade trans e foram perpetrados contra mulheres transexuais e parlamentares da Câmara de Vereadores de São Paulo.
Samara relatou que ninguém de sua família, tampouco ela, sofreu qualquer ferimento e que nenhum objeto de sua casa foi atingido. “Foi uma cena muito rápida”, narrou em vídeo publicado nas redes sociais. Considerado o curto espaço de tempo entre os atentados sofridos por ela, Carolina Iara e Erika Hilton, assim como, pelo cargo que elas ocupam atualmente, a covereadora avalia que o atentado tem motivações políticas e de transfobia. “A gente, pede, clama que haja uma investigação séria, que se debrucem a esse acontecido, que a gente sabe que é um ataque político, transfóbico e contra a democracia. A gente não vai silenciar”, declarou em vídeo.