Norte Energia: Mudança na vazão do rio Xingu pode paralisar Belo Monte
A Norte Energia, dona da hidrelétrica Belo Monte, encaminhou um ofício ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informando que a determinação de execução da vazão máxima de 10.900 metros cúbicos de água por segundo o rio Xingu inviabilizará a operação da usina. A decisão do Ibama foi antecipada ontem pelo Broadcast.
O documento foi entregue ao órgão ambiental no início da noite de ontem, após a concessionária ser informada de sobre a decisão do órgão para o período entre 1º e 7 de fevereiro. Além do Ibama, o ofício foi encaminhado para os Ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente, Casa Civil, Agência Nacional de Águas (ANA) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Segundo documento visto pelo Broadcast Energia, a Norte Energia afirma que, além da paralisação da geração de energia na usina, a vazão estipulada pelo Ibama pode ocasionar redução brusca na geração da hidrelétrica Pimental, devido à redução da queda líquida na casa de força da usina.
A Norte Energia também afirmou que a medida também inviabiliza o cumprimento da outorga da ANA, em relação aos patamares de elevação da vazão média diária.
De acordo com o documento, a medida provocará redução expressiva no nível do reservatório principal, resultando na formação de poças e potencial risco de perecimento de peixes aprisionados nestes locais. Outra consequência seria a seca nos igapós, trazendo prejuízos à piracema e impactos na alimentação da fauna aquática.
A concessionária também destacou que a diminuição de água no reservatório ultrapassará a cota mínima de operação de 95,00 metros, paralisando a operação do Sistema de Transposição de Peixes e inviabilizando a migração dos animais em pleno período de piracema.
Além disso, haverá uma abrupta elevação da vazão defluente na hidrelétrica Pimental, provocando alagamento no trecho de vazão reduzida e perturbações à fauna aquática e ao ciclo biológico, além de potenciais prejuízos aos moradores da região.