Ministério da Saúde concede honraria ao cirurgião plástico Ivo Pitanguy
O acadêmico e cirurgião plástico Ivo Pitanguy, falecido em 6 de agosto deste ano, recebeu, em homenagem póstuma, a Medalha de Ordem do Mérito Médico na classe de Grande-Oficial pelo relevantes serviços prestados à saúde no Brasil. A honraria foi concedida após indicação do ministro da Saúde, Ricardo Barros, e anunciada por meio de decreto assinado pelo Presidente da República, Michel Temer, no Diário Oficial da União desta terça-feira (11). O Ministério da Saúde está prevendo uma solenidade com os familiares para entregar a homenagem.
O ministro Ricardo Barros destacou a importância da contribuição dos trabalhos de Pitanguy em prol da educação médica e saúde brasileira. “O professor Ivo Pitanguy chefiou o primeiro serviço de cirurgia de mão da América do Sul, na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, e o serviço de queimaduras e cirurgias reparadoras do Hospital Souza Aguiar, além de ser o responsável por tornar a cirurgia plástica uma especialidade conhecida e respeitada no Brasil. Um profissional merecedor de todas as honrarias que o País puder lhe conceder”, ressalta Barros.
A Ordem do Mérito Médico foi criada em 1950 para premiar médicos que prestaram serviços notáveis à saúde dos brasileiros, que tenham se destacado no exercício da medicina ou sejam autores de obras relevantes na área. Nomes como Adib Jatene, Dráuzio Varela, Zilda Arns e Sérgio Arouca já foram agraciados com medalhas da Ordem.
HOMENAGEADO – Ivo Pitanguy nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1923. Desde criança era apaixonado pela literatura e pelas artes. Decidiu pela medicina logo após a conclusão do ensino secundário guiado pelo amor à profissão demonstrado pelo pai Antônio de Campos Pitanguy. Formou-se pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Faculdade de Medicina, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Iniciou a formação cirúrgica no Hospital do Pronto-Socorro do Rio de Janeiro, atual Hospital Souza Aguiar
Pioneiro da cirurgia plástica no Brasil, Pitanguy foi chefe da 19ª enfermaria do Serviço de Cirurgia da Santa Casa (RJ), que foi o primeiro serviço de cirurgia de mão em toda a América do Sul. Também trabalhou como chefe do Serviço de Queimaduras e de Cirurgia Reparadora do Hospital Souza Aguiar, além de criar a 38ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, que mudou os rumos da cirurgia plástica – antes direcionada apenas as classes elitizadas – ressaltando a importância social da especialidade.
Pitanguy dedicou sua vida à medicina, fazendo cirurgias plásticas, ensinando sua especialidade sem se esquecer do prazer de viver. Ele costumava dizer: “A vida me ensina a cada dia. Acho que o triste de morrer é parar de sentir esta vontade de sempre conhecer um pouco mais. Procuro harmonizar minha vida entre cirurgias, aulas e conferências, sem abrir mão do prazer de viver”.