Dia Mundial do coração: Prevenir continua sendo a melhor alternativa
No dia 29 de setembro é celebrado o Dia Mundial do Coração. Infelizmente, as doenças cardiovasculares – infarto, hipertensão, insuficiência cardíaca e derrame – são as que mais matam no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, entre 2004 e 2013, o problema foi responsável por 3.153.175 óbitos, 29% do total, uma morte a cada 40 segundos. As doenças cardiovasculares causam o dobro de mortes que aquelas devidas a todos os tipos de câncer juntos, duas vezes mais que todas as causas externas (acidentes e violência), três vezes mais que as doenças respiratórias e seis vezes mais que todas as infecções incluindo a AIDS.
O site da instituição conta com um cardiômetro, uma espécie de indicador do número de mortes por doenças cardiovasculares. Segundo a ferramenta, no momento que estava sendo escrita esta reportagem, estavam sendo registradas mais de 258 mil mortes apenas neste ano de 2016. Tudo isto direciona para a velha regra quando se fala sobre saúde, a de que prevenir é o melhor remédio.
O cardiologista Nélio Gomes, da Cor Diagnose Cardiologia, explica que o motivo destes altos índices está nos hábitos e estilo de vida dos brasileiros de uma maneira geral. “Estresse, má alimentação, pouca ou nenhuma atividade física, o uso de cigarro, obesidade e o excesso de sal são fatores preponderantes para o crescimento desta incidência”, avalia.
O que era um problema que atingia mais homens, agora também vem afetando precocemente mulheres. “Nós temos internado na unidade coronariana do Hospital Santa Teresa, onde atuamos, um número cada vez maior de mulheres, entre 40 e 50 anos de idade, com infarto agudo, necessitando de cirurgia, angioplastia, muitas são tabagistas e entraram no mercado de trabalho bem cedo”, ressalta.
A maior prevenção é tentar diminuir os fatores de risco, como estresse, bebida alcoólica com moderação, praticar atividade física e ter uma alimentação mais saudável, com frutas, legumes, verduras e peixes. Alguns aspectos são impossíveis de reverter como idade e histórico familiar, entretanto o hábito de fazer check-ups e exames complementares anuais auxilia no acompanhamento destas condições imutáveis.
Em princípio, o exame a ser solicitado vai depender do perfil do paciente, de alguma eventual queixa, sintoma ou alteração no exame clínico. O eletrocardiograma é o mais básico de todos os exames complementares. Após o eletro, os outros exames mais comuns são o ecocardiograma e o teste de esteira.