Setor gráfico de Petrópolis enfrenta crise
A indústria do papel, papelão, editorial e gráfica fechou 84 vagas, em Petrópolis, entre janeiro e julho deste ano. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o setor emprega 826 pessoas com carteira assinada em, aproximadamente, 116 estabelecimentos situados na cidade. De acordo com Valter Zanacoli, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas de Petrópolis (Sigrap), o setor vem passando por diversas adequações, por conta do fortalecimento das mídias digitais e também enfrentando queda nas vendas, devido à crise econômica que o país enfrenta. Por causa desse cenário, foi preciso dispensar parte dos funcionários que atuam em empresas da cidade, redução estimada em 17%. Ainda segundo Valter, não há expectativa de melhora para o segmento a curto prazo. Ele estima que a situação só deve ser contornada a partir de 2018.
Valter comentou que a queda nas vendas em Petrópolis teve como maior motivação a crise. Isso porque, segundo ele, as publicações digitais, que apresentaram crescimento em 2014, começaram a reduzir já no segundo semestre de 2015. Atualmente, ele disse que a comercialização desses produtos não chega a 8% das vendas dos livros impressos. Ou seja, uma plataforma não substituiu a outra. E ele considera que isso não deve acontecer em um futuro próximo. “O livro impresso tem o valor sentimental e patrimonial agregado, que dificilmente vai se perder”, ressaltou.
Além disso, o presidente do Sigrap comentou que o acesso às novas tecnologias será fundamental para os próximos anos, para o processo de modernização das empresas. Por outro lado, disse que isso vai depender muito do Governo Federal. “Vamos precisar de boas linhas de crédito, menos burocracia na importação e investimento em pessoal”, declarou.
Segundo Valter, o sindicato vem cumprindo seu papel em Petrópolis no que diz respeito à capacitação. “Mesmo nesse período de crise, buscamos qualificar os profissionais para o desenvolvimento do trabalho”, afirmou. Dentro do segmento, ele apontou ainda uma área que vem se desenvolvendo e crescendo, que é a de embalagem. “É um artigo fundamental na correlação com a venda do produto. Se a embalagem não estiver bem-feita, pode trazer prejuízo na venda”, comentou.
Ainda de acordo com o Caged, o número de vagas fechadas de janeiro a julho do ano passado foi ainda maior: cerca de 182. Em 2014 foram 19. Esse número é considerado como a variação absoluta, ou seja, diferença entre a quantidade de admissões e demissões no período avaliado.