Chuvas: não se pode alegar desconhecimento, diz secretário de Defesa Civil
Em três décadas, mais de 440 pessoas perderam as vidas nas chuvas de verão em Petrópolis. Entre os anos de 1988 e 2018, foram 14 registros de mortes em decorrência de deslizamentos de terra e enchentes. A maior delas, ocorrida em fevereiro de 1988 que deixou quase 200 mortos. O temporal no Vale do Cuiabá e arredores, em Itaipava, em janeiro de 2011, foi a segunda maior tragédia, quando 74 pessoas perderam as vidas.
Para o secretário de Defesa Civil, tenente-coronel Gil Kempers, a tragédia do Vale do Cuiabá deixou um legado e um aprendizado para o poder público. “O maior aprendizado que tivemos é que não se pode mais alegar desconhecimento e que os fenômenos naturais acontecem sem nenhum tipo de previsão. Hoje se entende que se deve preparar a população com treinamentos e capacitação, bem como com sistemas preventivos e preditivos que possam antecipar tragédias como a da Região Serrana em 2011. Não se pode mais alegar desconhecimento”, ressaltou o secretário.
Após a tragédia de 2011, as cidades da Região Serrana do Rio de Janeiro passaram a contar com o Sistema de Alertas de Cheias para informar a população sobre os riscos de deslizamento e enchentes e orientar as ações das prefeituras e defesas civis. Os municípios também passaram a promover ações de prevenção nas comunidades e escolas para mitigar os riscos.
Em Petrópolis, o Sistema de Alertas de Cheias conta com 20 conjuntos de sirenes instaladas em 12 comunidades, incluindo o Vale do Cuiabá. Além disso, as campanhas de prevenção acontecem ao longo do ano visando orientar as pessoas que vivem em áreas de risco. “Os órgão municipais, estaduais e federais trabalham de forma integrada para mitigar os desastres. Sistemas como o de sirenes e SMS aumentam o fluxo de informação da população que deve saber como agir em momentos de desastres, assim como acontece no Japão, Estados Unidos e Chile”, comentou o tenente-coronel Gil Kempers.
Além das sirenes e dos pluviômetros que indicam a quantidade de chuva, a Prefeitura planeja a instalação de um piezômetro (equipamento que mede a quantidade de água absorvida pelo solo). O equipamento vai permitir um recorte mais detalhado da análise da cidade por região. Essa informação será utilizada para aprimorar o sistema de alerta de cheias. Nesta primeira fase, de acordo com a Prefeitura, serão instalados quatro piezômetros.