• A mulher encurvada (Lucas 13.10-17)

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  • 16/09/2016 12:00

    Este texto do Evangelho nos diz que Jesus veio para libertar as pessoas de qualquer cativeiro em que estiverem sendo mantidas. Mas, quem é essa mulher a quem Jesus liberta de seus males? Não sabemos seu nome, estado civil, idade. Sabemos que é mulher, e isso parece bastar para Lucas descrever o evento. É mulher doente, sofrendo com um “espírito mau” que a deixa encurvada.

    Mas não foi a mulher que procurou Jesus. Ela somente foi até a sinagoga. Ela se deixou ver por Jesus e é Jesus quem a procurou e desejou libertá-la de seu sofrimento.

    Por que ela não tinha vindo até Jesus antes? Será que não tinha coragem? Não é assim também com muitas pessoas de hoje, que sofrem com a depressão, com problemas familiares, com a violência têm muita dificuldade para pedir ajuda? 

    Mas porque Jesus curou esta mulher no sábado? Ela não estava correndo perigo de morte; ela vivia carregando essa doença há 18 anos. Por que Jesus não pôde esperar até o fim do sábado para curar a mulher?

    Uma das possíveis respostas é que Jesus queria chamar a atenção das pessoas para uma mudança de pensamento em relação a vontade de Deus e à fé. Jesus queria abrir os olhos de outras pessoas para que também elas vissem os sofrimentos ao seu redor e não usassem a lei de Deus para justificar ou explicar o sofrimento das pessoas. Jesus questiona aqui as leis religiosas que justificam e até promovem o sofrimento.

    O foco de Jesus estava em libertar a mulher daquilo que a tinha encurvado. Jesus estava ensinando na sinagoga e viu aquela mulher, toda encurvada, que provavelmente só enxergava seus próprios pés, e seu coração encheu-se de compaixão. Ele se compadeceu do sofrimento dela e libertou-a do mal que a afligia. A mulher sofria com a dor de seu próprio corpo e também com a compreensão de que uma pessoa doente, uma pessoa com deficiência era uma pessoa “impura”, uma pessoa tinha um grande pecado e agora estava sendo castigada por Deus.

    Jesus olha para essa mulher, chama essa mulher, toca nela e ela se endireitou e louvou a Deus. Reconhecer o sofrimento de uma pessoa, chamá-la pelo nome, tocá-la é isso que Jesus espera de sua Igreja, de cada um de nós.

    Curada, essa mulher certamente ainda tinha que   lutar para manter-se ereta, mas agora ela podia ver tudo por um outro ângulo, não mais o dos pés, mas olhando seu problema de frente.

    Existem muitas cargas que tornam a vida pesada e difícil. Me refiro aqui a pessoas que carregam o medo, o desânimo, o sentimento de culpa, o luto, os conflitos, a raiva, as mágoas, e muitas outras coisas. Também essas coisas pesam muito. Carregar isso sozinho nas costas ou dentro do peito também faz com que as pessoas se curvem diante da vida. O que fazer com tudo aquilo que nos deixa encurvados?

    A mulher poderia ter ficado em casa esperando a vida terminar. Poderia ter ficado lamentando-se da sua infeliz situação. Mas não! Ela decide ir até a sua Igreja, a Sinagoga e, com isso, até mesmo sem querer, acabou criando uma oportunidade de Jesus enxergá-la. A cura começa quando a gente consegue conversar sobre a sua dificuldade com outras pessoas. Quando a gente se deixa ver por Deus. Quando a gente procura a igreja e nela pessoas nos escutam e assim nos ajudam a aliviar o peso de nossas pesadas cargas. Muitas vezes uma pessoa com depressão, uma pessoa com deficiência, uma pessoa com problemas, não quer sair de casa e nem consegue pedir ajuda. Ela não quer aparecer. Mas, Jesus a convida para fazer o esforço, para deixar-se ver. É na igreja que Jesus diz: Vinde a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei! (Mt 11.28). A igreja é o lugar onde podemos conversar sobre os problemas da vida, orar pedindo a ajuda de Deus e colocar-nos à disposição uns dos outros para superação das dificuldades. A igreja é o lugar onde Jesus acolhe os doentes e abre os olhos das pessoas para que enxerguem quem está sofrendo.

    Conheça a Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Petrópolis. 

    Avenida Ipiranga, 346.

    Cultos todos os domingos às 9h. Tel. 24.2242-1703


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