Crise: queda nas vendas e mais lojas fechadas
Uma pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que, em 2014, pela primeira vez em seis anos, o Brasil fechou mais empresas do que abriu. Ao todo, 944 mil fecharam as portas e 726,3 mil abriram naquele ano. O montante chama a atenção para a situação do comércio em todo o país, que foi um dos mais afetados com a crise econômica que o Brasil enfrenta. Em Petrópolis, a situação não é diferente. Quem passa pela Rua do Imperador, no Centro Histórico, pode verificar que a cada dia mais uma loja fecha as portas. O cenário idêntico é visto na Rua Teresa, principal Polo de Modas da cidade, que tem sofrido com a queda das vendas, estimada em 70%.
Lojas vazias, queda no volume de vendas, demissões. Quem trabalha nas lojas de Petrópolis, conta que a situação está ainda mais crítica do que no ano passado. Alguns reclamam da queda do movimento. Outros, que as últimas boas vendas aconteceram durante a Bauernfest em junho, quando a cidade ficou lotada de turistas. Mas, desde então, os vendedores têm encarado um cenário difícil, que mostra os consumidores, segurando o dinheiro. “Se antes o cliente entrava e comprava sete peças, hoje ele leva, no máximo duas. E mesmo assim, fica em dúvida se precisa mesmo comprar. O que percebemos nos últimos meses é muita insegurança por parte do consumidor”, disse o vendedor de uma das lojas da Rua Teresa, que preferiu não se identificar. Ele revelou ainda que, se antes conseguia mais de R$ 2 mil só de comissão, hoje, não chega a R$ 1 mil.
Mesmo as grandes lojas que funcionam no Polo de Moda, precisaram demitir. Nessa mesma loja, pelo menos 10 pessoas foram dispensadas nos últimos meses. O fato chamou a atenção de quem não foi demitido, uma vez que, em setembro, é uma época em que os lojistas já estão pensando nas contratações para o fim do ano. Em outra loja, a vendedora, que também não quis se identificar contou que desde a Bauernfest houve um esvaziamento da Rua Teresa e que muito disso, é por conta das dificuldades que o público que vem de fora enfrenta, principalmente, com estacionamento. Além disso, ela disse que eles reclamam também do valor do pedágio. Nessa loja, que é tradicional na cidade, também houve demissões. Segundo a vendedora, o número de funcionários reduziu quase que pela metade.
A pesquisa do IBGE mostrou ainda que, no âmbito nacional, do total de 847,1 mil ocupações assalariadas geradas pelas empresas que entraram em atividade em 2014, 252,9 mil (29,9%) foram provenientes do comércio. Em Petrópolis, o setor emprega, atualmente, 17.614 pessoas, em 4.922 estabelecimentos. Os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra ainda que em todos os meses desse ano, o número de demissões foi superior ao de admissões. Entre janeiro e julho, a variação absoluta foi negativa em menos 674 pessoas. Os meses em que mais foram fechadas vagas, foram janeiro, março e abril.