• Moedas: sumiram ou mudaram de rota?

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  • 25/12/2020 12:20

    De tempos em tempos, elas somem repentinamente do mercado econômico, deixam comerciantes preocupados e muita gente mobilizada em busca da maior quantidade possível. Usadas como facilitador nas transações diárias, as moedas vêm sendo um item que tem ficado restrita a algumas casas e cofres. Tem muita gente apostando nessa pequena quantia, para conquistar grandes coisas no futuro. Será que por isso, nem sempre tem “moedinha” circulando por ai com facilidade?

    O empresário do ramo audiovisual, Marcelo Theobald, começou a juntar moedas de R$ 1. Se tiver amigo ou familiar com uma por perto, ele já dá um jeito de trocar e reunir o valor para o cofre. O somatório, vai ser destinado para as contas do início de 2021. “O intuito de juntar as moedas nada mais é que do que um planejamento. No início do ano temos sempre gastos maiores do que nos outros meses. Vem IPTU, IPVA, seguro e diversas outras contas. Juntando dessa forma, consigo me livrar de algumas despesas, sem sentir muito no bolso”, conta.

    Alguns desenvolvem amor por coleções de moedas temáticas, como a das Olimpíadas Rio 2016, que foram separadas uma a uma e se tornam inclusive, objeto de venda. Em tempos de pandemia, não é comum se ver, mas existem locais em que os itens são comercializados, como em grandes feiras de antiguidades.

    Há quem fique o ano todo juntando na expectativa de ter um novo item no fim de tudo, de viajar para um destino dos sonhos, além de casar, se formar ou até comemorar um aniversário. Nessa pandemia, colecionar moedas se tornou a opção de muitos, já visando o futuro. E tem comerciante sentindo falta do item, neste período de fim de ano.

    “Por aqui, não temos moedas pra trabalhar, está um horror. Não se consegue em lugar nenhum. As moedas menores de R$ 0,10 e R$ 0,05 são as mais difíceis. Por aqui, giram o tempo todo e diante disso, acabamos tendo que dar o troco a mais”, diz a empresária do ramo de padaria, Camila Thees.

    Há quem já colecione moedas no mesmo lugar, há quase uma década. Evarista Maria Garcia de Sousa é do lar e há cerca de oito anos, tem um “porquinho” onde coloca suas moedas. Na época, ela atuava como bancária e ganhou o item de uma amiga, que foi depositar uma quantia em moedas de R$ 1.

    “Ela disse que tinha quebrado o cofre dela. Achei o máximo. Desde a minha infância, não me lembrava de alguém ter um cofre. Logo depois fui demitida do banco, dias depois meu marido chega em casa com um presente pra mim dessa minha amiga. Era um cofre. Meu marido me perguntou o que eu ia fazer com aquilo. Falei para ele que era para juntar moedas de R$1,00. 

    Meu marido fumante, fiz ele colocar em dobro o valor dos maços que ele fumava no dia. Além de todas as sobras que iam para o porco. Até hoje, não consegui encher pra quebrar e ele já pesa pra caramba”, ri Evarista.

    Outra adepta de ir guardando os valores é a empresária Liz Helena Barcellos, que junta todas em garrafas pet. Em sua casa, já é tradição até uma brincadeira em que o familiar tenta adivinhar o valor reunido e quem chegar mais perto, leva a garrafa cheia pra si. “Junto moedas há muito tempo. De todos os valores. A última garrafa que abri com moedas de R$ 1, deu ao todo R$ 1.042. Mas demora pra chegar lá, viu?”, diz.

    O economista Rodrigo Rosa diz que a moeda tem muita importância na economia, pois tem quatro funções: meio de pagamento, medida de valor, reserva ou meio de troca. O especialista sinaliza que o hábito de juntar pode auxiliar a realizar projetos futuros. 

    “Falando sobre a reserva desses valores, é um hábito saudável e isso pode ajudar muito a pagar despesas extras. É importante dar o devido valor para isso, principalmente num mercado onde as transações estão cada vez mais digitais. Juntar esses valores de forma física, pode parecer uma bobeira, mas guardar o troco do pão todos os dias, pode fazer muita diferença no final”, diz.

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