• Número de MEI’s em Petrópolis cresce durante a pandemia

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  • 25/12/2020 13:55

     Em tempos de crise, cresceu o número de postos de trabalho perdidos em todo o Brasil. Se por um lado, o desemprego aumentou, por outro, tem gente investindo em tudo o que pode, pra dar conta de se manter ativo no mercado. A verdade é que pra superar os tempos difíceis, é necessário se reinventar. E muita gente encontrou a alternativa em abrir o próprio negócio, dentro das alternativas oferecidas para manter tudo legalizado, gastando pouco e formalizando os pequenos negócios.

    Em Petrópolis, no mês de fevereiro, o saldo era de 25.221 Micro Empreendedores Individuais. No final de novembro, os dados divulgados pela Secretaria de Fazenda do município, apontavam 28.221 MEI’s. Uma variação de novas 3 mil empresas abertas, durante os nove meses que se passaram. 

    Na cidade, foram adotadas medidas como dispensa de consulta de viabilidade locacional, alvarás e licenças, além de taxas. Foi implementada ainda a fiscalização orientadora direcionada aos MEI’s e adoção do CNPJ como número de inscrição.

    O consultor de negócios Mairon Duarte, explica alguns dos benefícios que podem ser obtidos através da abertura do MEI. “Um MEI que possui CNPJ, tem possibilidade de emitir nota fiscal (importantíssimo, pois o MEI poderá vender mais facilmente para grandes empresas), tem carga tributária reduzida com isenção de impostos federais e conta com direitos previdenciários garantidos (auxílio-doença e licença-maternidade) e tem maiores chances de conseguir financiamentos em bancos públicos. Isso permitiu que milhares de pessoas saíssem da informalidade, legalizando o empreendedorismo individual e ainda contribuíssem com o governo através de uma mensalidade fixa mensal”, conta.

    Aos 29 anos, Gabriela Soares é costureira, se dividindo entre a função de cuidadora. Ela decidiu se formalizar em novembro, pensando em ter um bem-estar e qualidade de vida no futuro. “Além de poder ter uma aposentadoria, eu caso tenha algum problema de saúde, posso ter um beneficio. Achei importante abrir, pois não tenho carteira assinada e precisava de uma garantia de vida melhor. Existem uma série de vantagens com o MEI, que são ótimas para gente. Eu confecciono máscaras, faço consertos de roupas e atuo como cuidadora. Foi um procedimento muito tranquilo, orientado pelos profissionais do Sebrae e os custos de se manter o MEI, também são viáveis diante desse cenário econômico”, explica. 

    A coach e mentora de carreiras Jaqueline Satyro, diz que se reinventar durante o período da pandemia, é necessário. “A crise nos obriga a se adaptar. Um exercício que precisamos fazer o tempo todo, principalmente para os empreendedores, é usar da criatividade e inovação. Esse profissional que quer atuar como autônomo, precisa ter muito claro o que é seu propósito de carreira, ou seja, o que ele faz bem. A dica é ir listando suas qualidades e avaliar como está esse mercado. Qual a pitada pessoal que você vai trazer pra esse negócio. O grande diferencial está na experiência do cliente, seja com a embalagem, com o atendimento, qual algo que você fez pensando naquele consumidor. Outro ponto é buscar sempre o conhecimento, ser cada dia melhor e mais atualizado dentro da sua área”, diz. 

    O consultor salienta algumas das vantagens do MEI em relação a Micro Empresa, outra forma de formalizar os negócios. “A MEI é igual a uma ME (microempresa) em alguns aspectos: paga impostos e permite contratação de 1 funcionário. Em termos legais para por aí. A MEI tem uma limitação de faturamento anual de R$ 81 mil ao ano. Em 12 meses temos uma média de R$ 6.750,00 por mês. O valor mensal a ser pago ao governo é fixo, variando de R$52 a R$ 58. A ME paga uma carga fiscal muito maior. O problema da MEI são os empreendedores que não se preparam para serem empresários. Não conhecem técnicas de gestão. O maior problema é mistura de finanças pessoais e finanças da MEI”, pontua.

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