Mulheres são a maioria do eleitorado é minoria entre candidatos
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no período anterior ao processo eleitoral promoveu uma campanha incentivando a participação da mulher, assim como fez alguns partidos, pois, conforme os dados apurados o eleitorado feminino é 52,2% e masculino 47,7%. Apesar de ser maioria, a participação feminina na política, concorrendo a um cargo público ainda é muito pequena, como mostra o site do TSE, onde registra que, das 494.987 candidaturas no país, 31,77% são mulheres e 68,23% são homens.
Em Petrópolis a situação não é diferente do país, onde a população feminina é 53,1% e masculina 46,7%, sendo que o eleitorado petropolitano é 244.648 eleitores. Com relação aos candidatos, temos 175 homens e apenas 73 mulheres, que na sua grande maioria foram convidadas a ser candidatas para que os partidos possam cumprir a cota.
No entanto, para grande parte das candidatas mulheres este não foi o que as motivou ser candidata. Um dos destes é líder comunitária Nelci Francisco, que considera o sistema desigual, onde a presença masculina ainda é dominante e onde o dinheiro continua dominando. “Infelizmente ainda encontramos muitos eleitores que vendem seu voto por gasolina e cestas básicas. São poucos que estão preocupados com as propostas dos candidatos e interessados em ajudar no desenvolvimento da cidade”.
Para ela, o fato de ser mulher não muda nada, pois tem os mesmos interesses e desejo de melhorar a cidade. “Conquistar espaço é difícil mas não impossível. Independente de gênero temos sempre que defender nossas posições e ideologias. Quero tentar fazer a diferença principalmente nas comunidades. E hora de encontrarmos novas lideranças, de promover uma mudança política na cidade”, frisou ela.
Raquel Mello é uma das poucas mulheres a presidir um partido na cidade, o PTdoB, e afirma que decidiu ser candidata pelo desejo de melhorar a cidade e também por ter se apaixonado pela política, tendo como exemplo seu irmão, Ramon Mello. Ela disse que esta eleição é muito diferente, pois o eleitor, principalmente o jovem está mais atento, pesquisa e procura conhecer os candidatos. Ela afirma que muitos eleitores também estão tomando esta postura, pois estão cansados da forma como a política vem sendo desenvolvida na cidade.
Com relação a participação da mulher na política, Raquel acredita que o desinteresse é em parte devido aos compromissos da mulher: trabalhar fora, cuidar da casa, dos filhos e de toda administração do lar. “A mulher tem como prioridade sua família e depois começa a pensar no que está a sua volta e por isso a política acaba ficando de lado. É preciso fazer com que aprenda a gostar de política e a participar, mas isto somente com o tempo”.
Para ela a mulher é capaz de administrar a casa e participar da política e cita a sua própria vida, como separada, cuidou dos filhos e continuou participando do processo político e por isso decidiu ser candidata. “Não podemos ter medo, precisamos ter coragem para enfrentar os desafios e hoje, mesmo com toda crise política, aceitei o convite de ser candidata, defendendo a mulher e um programa de desenvolvimento para cidade”, comentou, frisando que, por onde passa as pessoas para escutam, pois acreditam nas suas propostas “se vão votar, só vamos saber no dia da eleição”.