• Desregramento do governo e do INSS

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  • 09/09/2016 12:00

    Além de várias crônicas sobre o desregramento financeiro da Previdência Social, em 17.02 a Tribuna publicou meu texto “Elementar minha cara Da. Dilma”, no qual exemplifiquei uma situação igual na firma onde trabalhei e de como foi resolvida a situação financeira – “correndo atrás dos devedores” – solução elementar em qualquer empresa organizada, menos no governo.

    Agora recebo dois textos que se completam: o primeiro relaciona os dez maiores devedores do INSS, onde se incluem a Petrobrás e um banco, chegando ao total de quase 130 bilhões de reais (R. Federal). O segundo, uma carta aberta dirigida a Ziraldo e Jaguar, de autoria do Juiz de Direito, Dr. Ilton Dellandrea, por ocasião da liberação de indenizações e pensões aos dois, beneplácitos do governo petista, p.i da dita “Comissão da Verdade”, pela prisão dos dois durante o regime militar e que, muito se divertiram, na saída do xadrez. Mas o mais sério e que muitos ignoram, inclusive eu na boa fé, é que tais valores, de todos os patriotas mercenários – saíram e saem, indevidamente, dos cofres do INSS – pura desfaçatez!

    Agora, mais uma vez, o atual governo propaga que precisa reformular o sistema, isto é, sempre o desgraçado do aposentado é penalizado pelas inúmeras falcatruas e cabides de aposentadorias como essa da bolsa ditadura – sempre mais alta que os proventos dos trabalhadores.

    E o dito juiz, ainda acrescenta um fato ocorrido, na época, com o jornaleco “Pasquim”, quando coletou assinaturas para mantê-lo “sobrevivendo” que terminou num enorme calote. E ele ressalta que, quando ficaram ricos, deveriam ter a lisura, de ressarcir aqueles que assinaram antecipadamente por um ano e só receberam dois meses – uma simples questão moral.

    Assim, transcrevo um pequeno trecho da longa carta: “Está bem, vocês sofreram com a Ditadura, mas, exceto aquela semana na cadeia – que parece não foi tão sofrida assim – nada que uma entrevista regada a uísque e gargalhadas na semana seguinte não pudesse reparar….  A cada investida da Ditadura vocês se fortaleciam e a tiragem seguinte do jornal aumentava consideravelmente. Receber um milhão de reais e picos por causa daquela semana, convenhamos, é um exagero, principalmente quando se considera que o salário mínimo no Brasil é (era, na ocasião), de R$ 545,00 por mês… Vocês não podem argumentar que a Ditadura acabou com o jornal. Seria a mais pura mentira, se é que a mentira pode ser pura. “'O Pasquim” acabou porque vocês se perderam. “O Pasquim” acabou nos estertores da Ditadura porque vocês ficaram sem o motor principal de seu sucesso, a própria Ditadura. Vocês se encantaram com a nova ordem e com a possibilidade de a Esquerda dominar este país que não souberam mais fazer humor. Tanto que mais tarde voltaram de “Bundas” – há não muitos anos – e de bunda caíram porque foram pernósticos e pedantes. Vocês só sabiam fazer uma coisa: criticar a Ditadura e não seriam o que são sem ela.”

    Também em 11.06 foi publicada outra crônica, “INSS, uma solução radical”, em que volto a abordar o assunto, inclusive, transcrevo correspondência enviada ao Sr. Presidente Temer que foi encaminhada ao ministro da Fazenda, acompanhada de inúmeros estudos comprovando que o INSS não é deficitário.

    Portanto, tais fatos deveriam comprovar a “isenção e honestidade” deste governo, para diferenciar-se dos demais, mas tal não ocorre – é sempre a mesma ladainha.

    jrobertogullino@gmail.com


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