• Presidente da Unimed cita risco de colapso do sistema de saúde ao falar sobre ordem judicial para internar paciente pelo SUS

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  • 10/12/2020 10:07

    O Hospital Unimed recebeu nesta quarta-feira (9), pela primeira vez desde o início da pandemia, uma ordem judicial para internar um paciente com sintomas de Covid-19 que aguardava vaga no Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, em regulação feita pelo Governo do Estado. A informação, divulgada pelo diretor-presidente do hospital, o médico Rafael Gomes de Castro, aumenta a preocupação em relação ao número de leitos disponíveis para pacientes com a doença na cidade. Segundo a Prefeitura, a cidade tem pelo SUS 129 leitos, sendo 54 clínicos e 75 de UTI, mas apenas 26 leitos clínicos e 37 leitos de UTI estão ocupados (segundo dados do dia 8). A dúvida é por qual razão, então, há pacientes na fila, aguardando a liberação dos leitos?

    Nesta quarta-feira, segundo a Defensoria Pública, sete pacientes aguardavam vaga para internação em leitos para pacientes com covid-19 na cidade. “Já recomendamos para que divulguem as informações corretamente. Estão ainda para responder essa recomendação. Se tem leito, porque tem gente esperando? Esses pacientes precisam ficar em isolamento, é uma doença grave. Não podem ficar aguardando”, explicou a defensora pública Andréa Carius, deixando claro que os números divulgados pela Prefeitura no painel epidemiológico da cidade não batem com a realidade vista no dia a dia. 

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    A Prefeitura, por sua vez, garante que não faltam leitos e dá entender que faltam médicos, que precisam ser remanejados e/ou contratados. Oficialmente, o município informou apenas que “vem formando as equipes médicas que atenderão nas unidades”, sem qualquer outro detalhe. 

    Na Unimed, após a internação do paciente, por ordem judicial, o diretor-presidente Rafael Gomes divulgou um pronunciamento. “Infelizmente, com o aumento dos casos (de coronavírus) nessa pandemia houve aumento de internações e esgotamento da rede assistencial, em especial do SUS. Hoje fomos informados que a nossa UTI é a única que ainda tem vagas para atendimento”, lamentou, explicando que o mandado judicial é referente a pedido da central de regulação de leitos estadual para paciente de Petrópolis que estava em Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade.

    Rafael citou a obrigação de atender a determinação judicial, mas manifestação preocupação com o atendimento dos clientes da Unimed. “Temos responsabilidade por cerca de 31 mil pacientes na cidade e 5 mil de outros municípios, sendo a garantia de atendimento para 36 mil pessoas. Isso nos preocupa, uma vez que passamos a ter mandados judiciais e intervenções externas, as quais obedecemos, mas o nosso cliente Unimed pode ficar sem leito para assistência”, afirmou, dizendo que o colapso do sistema de saúde está muito próximo e pedidno que a população ajude a conter o vírus, adotando as medidas de prevenção, com o uso de máscaras, uso de álcool e lavagem das mãos e manutenção do distaciamento social.   

    Segundo a Defensoria, além das sete pessoas que aguardavam, hoje, internação em leitos destinados a pacientes com covid-19, há outros 11 pacientes na fila esperando internação por outros problemas de saúde. O órgão vai fazer novas recomendações à Prefeitura nesta semana, na tentativa de fazer com que os problemas sejam sanados.

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