#Uerj 70: Universidade completa sete décadas de pioneirismo, inclusão social e inovação
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) completa 70 anos como uma das principais do Brasil. Importante agente no desenvolvimento fluminense, a instituição está presente em oito municípios: Rio de Janeiro, Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo, São Gonçalo, Angra dos Reis, Duque de Caxias e Resende. São mais de 34 mil alunos e 2,8 mil professores nos seus mais de mais de 90 cursos de graduação, 63 de mestrado e 46 de doutorado.
“É fundamental destacar a importância da autonomia universitária e seus aspectos didáticos, pedagógicos, administrativos e financeiros-patrimoniais para o desenvolvimento cultural, econômico e social do País. Em seu pleno funcionamento a Uerj influencia a vida de milhares de famílias, através de seus cursos de graduação, atendimento médico à população mais carente, pesquisas científicas e projetos de extensão”, afirmou o reitor Ricardo Lodi Ribeiro, em seu discurso de posse.
Pioneira, a Uerj foi a primeira universidade pública do país na adoção do sistema de cotas para negros e pardos e alunos da rede pública de ensino, além do ensino noturno, da implantação de uma Ouvidoria. O sistema de cotas já beneficiou mais de 25 mil estudantes fluminenses.
“A Uerj é a universidade que mais tem inclusão social do Brasil. É muito importante que o trabalho desenvolvido aqui reverta para a população. É fundamental que tudo o que fazemos dê esse retorno social. É o nosso papel – disse o vice-reitor, Mario Sergio Alves Carneiro.
Inovação e aumento na produção científica
A cada ano, a Uerj amplia sua infraestrutura em pesquisa, com a instalação de novos laboratórios, assinaturas de convênios, criação de grupos de pesquisa e incremento nos programas de apoio. O resultado é o aumento da produção científica da universidade, que conta com 586 grupos de pesquisa e mais de mil pesquisadores no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Um desses departamentos que ajuda a fomentar a pesquisa e inovação é o InovUerj. Vinculado a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, o Departamento de Inovação foi idealizado para criar e manter uma linha de comunicação direta entre as pesquisas acadêmicas com potencial para atender as demandas da sociedade.
“A primeira coisa que fazemos é articular e identificar quem inova, onde inova e para que inova. Todos os institutos da Uerj estão inovando e a gente faz essa identificação para os desafios da sociedade”, contou Marinilza Bruno de Carvalho, diretora do InovUerj.
A experiência no combate à Covid-19 fez com que novas pesquisas avançassem. A Faculdade de Ciências Médicas planeja a construção de um Laboratório de Nível de Biossegurança 3, que lida com microrganismos de elevado risco individual e baixo risco para a comunidade. O Laboratório NB3, por lidar com patogênicos potencialmente letais, precisa de práticas, equipamentos de segurança e instalações laboratoriais específicas.
“A Uerj tem 511 laboratórios, 12 empresas juniores, cinco incubadoras e um projeto de parque industrial em Resende. A política de inovação da universidade está desenhada. Cumprindo nosso papel de aproximar a sociedade à academia, é importantíssimo fazer valer o custo de uma universidade pública e de qualidade para toda a população”, afirma a diretora do InovUerj.
A pandemia da Covid-19 trouxe um grande desafio para a universidade. O seu complexo de saúde, com o Hospital Pedro Ernesto e a Policlínica Piquet Carneiro, esteve na linha de frente do combate ao vírus. Todas as 33 unidades da Uerj tiveram que encontrar novas formas de dar seguimento às aulas.
“O ensino presencial é insubstituível, mas a utilização da internet para aulas pode ser incorporada de alguma maneira. É um ganho importante para o aluno a possibilidade de acessar um Banco de Aulas, caso perca algum conteúdo. Esses mecanismos que surgiram durante a pandemia podem aprimorar ainda mais os nossos cursos”, comentou o vice-reitor.
Histórico da universidade
A instituição foi criada como a Universidade do Distrito Federal a partir da fusão da Faculdade de Ciências Econômicas do Rio de Janeiro, da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, da Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette e da Faculdade de Ciências Médicas. Com o passar dos anos outros nomes foram adotados, como Universidade do Rio de Janeiro e Universidade do Estado da Guanabara, e outras instituições como a Escola Superior de Desenho Industrial, o Hospital Geral Pedro Ernesto, a Escola de Enfermagem Raquel Haddock Lobo e outras se uniram às faculdades fundadoras.
Nesses 70 anos, a Uerj criou outras 16 unidades para atender às demandas de sua comunidade, como o Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-Uerj). O CAp-Uerj promove formação integral aos estudantes de Educação Básica, Ensino Fundamental e Médio, além de proporcionar experiências de aula aos graduandos voltados à docência.
“Estamos planejando a mudança da sede do Colégio de Aplicação (Cap) para uma nova unidade, no Colégio Padre Leonardo Carrescia. Além de atender a população, o instituto recebe os filhos de funcionários e professores. É um projeto que permitiria que aumentássemos o número de vagas e oferecermos um maior número de cursos”, afirmou o vice-reitor Mario Sergio.