Réquiem para a sustentabilidade
Fala-se muito, na nossa cidade, em sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, mas intenção de realização, conhecimento, projetos e ações apropriadas são muito poucas. Este artigo é o sexto da série “Réquiem”, sendo que, os cinco já publicados enfocam os pontos: mobilidade urbana, gestão ambiental, planejamento estratégico, corredor cultural e fiscalização. No primeiro artigo da série, é explicado o termo réquiem: “O réquiem é uma missa com caráter de celebração da morte, ou seja, ela é executada durante um ritual fúnebre. As composições mais célebres foram atribuídas a Mozart, Brahms, Berlioz e Verdi.” Hoje vivemos uma sucessão de catástrofes naturais estranhas e inusitadas como nunca antes foram vistas em nosso planeta. Montanhas enterradas por séculos na neve e no gelo, começam a mostrar suas encostas nuas. Geleiras milenares desaparecem aceleradamente sem que se possa fazer nada e nem se medir as consequências. Furações no Atlântico Sul, tornados cada vez mais frequentes e violentos; secas e enchentes em áreas que antes não sofriam com esses males; pragas de insetos, de roedores e de organismos microscópicos que se reproduzem fora de controle. Todos esses acontecimentos refletem uma única coisa: desequilíbrio. O homem moderno destrói e influencia o meio ambiente que o cerca como nunca. E as consequências desses atos podem levar até mesmo a inviabilização da vida, como a conhecemos, em nosso planeta.
Autoridades governamentais, organismos internacionais, como a ONU, além de ONG’s e entidades particulares, todos estão empenhados em estabelecer e encontrar metas e caminhos viáveis para que qualquer governo possa implementar as políticas que melhor se adaptarão a cada país e a suas particularidades, aprofundando a troca de experiências e estabelecendo sempre um debate em todos os níveis do conhecimento humano.
É importante entender que a busca por caminhos da sustentabilidade global, passam antes de qualquer coisa, pela busca da sustentabilidade individual, pois, cada um como indivíduo pode colaborar, através de uma participação ativa, para proporcionar uma melhor qualidade de vida para o futuro da humanidade. Cidades que tratam seus efluentes e resíduos, empresas que evitam o desperdício de energia e recursos e pessoas que vivem atentas para o modo como interferem na natureza e no meio ambiente que as cercam, são exemplos de colaboração para se encontrar os caminhos da sustentabilidade e para manter nosso planeta com capacidade de sustentar a vida por muitas e muitas gerações futuras. Analisando-se a situação de Petrópolis, identificamos que o seu espaço urbano e suas formas de uso precisam de mecanismos de gestão públicos e privados adequados e que sejam contributivos para sua sustentabilidade. Diante da necessidade de construir espaços urbanos sustentáveis, a gestão deve utilizar mecanismos que permitam o monitoramento das ações e resultados das políticas públicas. Índices de sustentabilidade constituem instrumentos que permitem essa avaliação e monitoramento da gestão pública, fornecendo suporte ao processo de desenvolvimento urbano. Os resultados evidenciam que a dimensão melhor avaliada e com alta contribuição para a sustentabilidade é a otimização urbanística, no sentido da cidade dispor de infraestrutura básica de funcionamento com sistemas de abastecimento de água, energia, coleta de resíduos, esgotamento sanitário, transporte público, educação, cultura, segurança, saúde, espaços públicos com áreas de lazer, entre outros. Vamos começar a trabalhar, pois, somente assim, Petrópolis se tornará uma cidade sustentável.
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