PF investiga fundadores da maior milícia do Rio por supostos crimes eleitorais
A Polícia Federal no Rio deflagrou na manhã desta quinta (12), a Operação Sólon para investigar a prática dos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro ligados a delitos eleitorais. Integrantes da maior milícia do Rio, incluindo seus fundadores, estariam almejando cargos no Legislativo e no Executivo nas eleições de 2020 para retomar poder na zona oeste do município.
Os investigadores verificaram ainda, por meio de relatórios de inteligência financeira (RIFs), movimentações financeiras atípicas nas empresas ligadas aos investigados. Os valores possivelmente seriam destinados aos gastos de campanhas eleitorais.
Cerca de 85 agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão em residências, comitês de campanhas e empresas ligadas aos envolvidos. Entre eles, estão o ex-deputado Natalino Guimarães e seu irmão, o ex-vereador Jerominho. Os dois são acusados de fundar a Liga da Justiça, milícia com atuação nos bairros de Campo Grande e Santa Cruz, e ficaram cerca de 11 anos na cadeia – saíram em 2018. Também alvo da operação, a filha de Jerominho, Carminha, concorre à Câmara do Rio neste ano pelo PMB.
Com a prisão da família de ex-policiais, nos anos de 2007 e 2008, a Liga da Justiça passou por uma mutação, que envolveu a entrada de traficantes no bando. Considerado hoje o grupo miliciano mais forte do Rio, o Bonde do Ecko é uma espécie de continuação da Liga da Justiça e já expandiu sua atuação para municípios da região metropolitana, principalmente na Baixada Fluminense. Ecko é Wellington da Silva Braga, o miliciano mais procurado pelas autoridades fluminenses.
Materiais de propaganda eleitoral de Carminha foram apreendidos na manhã de hoje. Nas redes sociais dela, a campanha está a todo vapor, com direito a vídeos do pai participando de agendas e pedindo votos. Jerominho chegou a se apresentar como pré-candidato a prefeito, mas apenas como forma de despertar atenção para o sobrenome da família e impulsionar a empreitada da filha rumo à Câmara Municipal.
Na casa de um dos alvos na zona oeste do Rio, a PF apreendeu R$ 141 mil e ainda US$ 2,5 mil.
De acordo com a PF, o nome da operação, Sólon, faz referência ao estadista, legislador e poeta grego antigo que criou Eclésia – ‘Assembleia Popular de Atenas, o berço da democracia’.
“Com o avanço da atuação das organizações criminosas no cenário político, a Operação Sólon visa reafirmar o poder das instituições que garantem a higidez no processo democrático”, afirmou a corporação em nota.
Os mandados cumpridos na manhã desta quinta (12), foram expedidos pela 16ª Zona Eleitoral, especializada na prática de crimes praticados por organização criminosa, de lavagem de dinheiro e outros ilícitos do tipo, conexos a crimes eleitorais.
A PF frisou que não houve a expedição de mandados de prisão tendo em vista que é proibido pelo Código Eleitoral o cumprimento de ordens de prisão de candidatos a menos de 15 dias para o pleito e de eleitores a menos de cinco dias do dia de votação.
Os mandados cumpridos na manhã desta quinta, 12, foram expedidos pela 16ª Zona Eleitoral, especializada na prática de crimes praticados por organização criminosa, de lavagem de dinheiro e outros ilícitos congêneres, conexos a crimes eleitorais.
A PF frisou que não houve a expedição de mandados de prisão tendo em vista que é proibido pelo Código eleitoral o cumprimento de ordens de prisão de candidatos a menos de 15 dias para o pleito e de eleitores a menos de cinco dias do dia de votação.