Governo indicará gestores para empresas investigadas por narcotráfico
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e o Conselho Federal de Administração (CFA) vão indicar um grupo de profissionais para gerir três das empresas alvo da Operação Narcobroker, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (04), em ação conjunta com a Receita Federal.
Segundo a PF, as companhias eram usadas em um suposto esquema organizado por um grupo de narcotraficantes que enviava cocaína para a Europa. De acordo com o Ministério da Justiça, as três empresas confiscadas e outras que estão sendo investigadas serviam para lavar dinheiro ilícito.
Os interventores serão indicados pela Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad), vinculada ao ministério, junto com o CFA. A medida é fruto de uma parceria firmada em junho deste ano para permitir que empresas apreendidas em ações de combate ao crime organizado possam continuar a executar suas operações legais, evitando prejuízos para funcionários e para a economia.
Com a parceria, o CFA criou um banco de dados contendo uma relação de administradores habilitados a avaliar e gerenciar empresas. Os profissionais cadastrados e habilitados podem ser acionados de acordo com a necessidade. Além de evitar a depreciação do valor da empresa confiscadas, a medida visa a gerar recursos para a União.
No mês passado, a Senad já havia anunciado a indicação de profissionais recomendados pelo CFA para gerir 73 empresas confiscadas após a realização da chamada Operação Rei do Crime. Deflagrada no fim de setembro, a ação da PF atingiu um braço financeiro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Além do confisco das empresas, mais de R$ 730 milhões depositados em contas bancárias foram bloqueados com autorização judicial.
Segundo o ministério, valores eventualmente obtidos com a alienação (venda) de estabelecimentos confiscados por associação ao tráfico de drogas serão destinados ao Fundo Nacional Antidrogas (Funad), para financiar as ações de combate às drogas.