• Déficit duvidoso da Previdência

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  • 03/02/2016 11:55

    Todo novo ministro da fazenda quando assume, a primeira iniciativa é declarar – “temos que reformar a previdência”, portanto, o aposentado é o burro da fábula de La Fontaine – sempre o culpado de tudo.

    Mas é sabido que a previdência sempre foi o caixa 2 dos governos, desde JK, que desviou verbas da entidade para Brasília, prometendo devolver e nunca cumpriu. Por outro lado, todos sabem pelo tanto divulgado, que os clubes de futebol são inadimplentes há várias décadas e nada se resolve. Mas o funcionário do clube é descontado para a previdência, têm direito legal de se aposentar – mas as contribuições foram simplesmente sonegadas pelos clubes e aí quem paga as aposentadorias são os que recolheram, isto é, nós do setor privado pagante. 

    Também é sabido que os municípios e estados são inadimplentes, senão todos, uma grande parte. Mas os funcionários públicos têm o direito da aposentadoria e, mais uma vez, quem paga somos nós do setor privado.

    Portanto, fala-se demais sobre um suposto déficit no INSS sempre pesando para o lado do setor privado, quando as pessoas envolvidas não analisam o fato em sua raiz e com coerência e serenidade. No governo FHC foi divulgada pela imprensa a declaração do então secretário do INSS, Helmut Schwarzer, afirmando que o peso do déficit representava 80% do setor público e somente 20% do privado. Portanto, raciocinando sobre outra perspectiva, se deduz que a massa geradora de imposto representa 20% para sustentar uma classe que, independentemente se trabalha ou não e se aposenta com salário integral, não vem ao caso – a realidade é que “somente o setor privado – 20% – produz insumos para sustentar toda a massa pública e suas despesas”. Assim, é injusto e agressivo que os aposentados do setor privado, principalmente os do tempo do teto de 10 s/m sejam sonegados, prejudicados e humilhados, recebendo todos os meses uma bofetada do governo. Em setembro de 2009, se não me falha a memória, o senador Paulo Paim, do PT, confirmou determinado desvio do INSS, durante anos, por parte de FHC e Lula – “para gastarem como quisessem”. Esta é a grande realidade dos últimos governos que nada fizeram ou fazem com lógica e eficiência e nada realizam porque não raciocinam e nunca tiveram interesse para tal. E os políticos, indiferentes, tudo aceitam com seus conchavos e o povo ainda aplaude na sua total ignorância e desinformação. 

    Há muito que o INSS merece uma intervenção fiscal para tirar toda a podridão que impera lá dentro em detrimento dos aposentados. Afinal, previdência não é imposto, mas contribuição para beneficiar o trabalhador, sendo o governo seu (in) fiel depositário. Em quaisquer circunstâncias quando um fiel depositário foge à sua responsabilidade é obrigado, pela justiça, a repor o desviado ou ir preso – e o governo nunca foi penalizado.

    Portanto, chega-se à conclusão da irresponsabilidade do governo que, apesar das falcatruas dos clubes de futebol (apropriação indébita da contribuição dos empregados) e da situação caótica do país, ainda libera empréstimos para esses clubes, achando que vai agradar o povão torcedor – parece piada, mas não é – simplesmente uma total irresponsabilidade e incompetência.


    Diante de tantas dúvidas e descalabros, e de tantas estatísticas realizadas diariamente, esta, do INSS, é a única que nunca foi levantada por não ser de interesse do governo, dos políticos ou da mídia. 

    jrobertogullino@gmais.com


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