Perguntas cabeludas, de comadres e candidatos subindo o tom no debate dos prefeitáveis
Perguntas cabeludas, de comadres e candidatos subindo o tom no debate dos prefeitáveis
Até em enfim os candidatos começaram a falar mais grosso com os adversários nesta eleição. No debate do Canal 10, segunda-feira à noite, Bernardo Rossi (por sorte e estratégia, se livrou de Bomtempo) e acabou indo pro embate com Leandro Azevedo, por iniciativa do professor, mas o atual prefeito também estava disposto a dar uma marretada em quem provocasse. Bernardo e Leandro falaram grosso e tentaram encostar um ao outro na parede. Será reflexo de pesquisas que já mostram como está a briga para ir pro segundo turno?
Estratégia
Já Bernardo Rossi usou de estratégia: para fazer sua pergunta escolheu um candidato, digamos mais tranquilo, Elias Montes, para usar a questão como palanque e fugir de uma tréplica complicada. Passou longe de Rubens Bomtempo que nem disfarçou a decepção. E Ramon Mello, usou a pergunta sobre ética, feita a Jamil Sabrá, como trampolim para bater nas gestões Rossi e Bomtempo e, de quebra, ainda dar uma cutucada em Sabrá que fez parte do governo Rossi. E Sabrá não se intimidou, não, e aproveitou, na tréplica, para bater sem dó em Bernardo Rossi.
Equipe de governo
Mairon Duarte, telespectador, fez uma das melhores perguntas no debate: quais serão os secretários do seu governo? A pergunta foi sorteada para Ramon Mello. Que falou genericamente e não elencou qual será o seu time. Mas, não é uma exclusividade dele. Tirando Bernardo Rossi que concorre à reeleição e deve repetir muitos nomes se for eleito, nenhum dos candidatos arrisca divulgar algum membro de sua futura equipe. Talvez porque elas ainda não estejam formadas…
Perguntas de comadre
Elias Montes perguntando sobre abstenções de eleitores a Eduardo Silvério e Silvério, anunciando que fez parte do governo Bomtempo e fazendo ao candidato do PSB uma pergunta morninha sobre Saúde.
Candidatos mais bem preparados?
Nervosos – Leandro Azevedo, que responde em forma de discurso todas as vezes, uma espécie de “discurso-metralhadora”, berrando. E Leandro lembra até Paulo Mustrangi nesse quesito. E também Alexandre Gurgel, que já focado pelas câmeras e tava se arrumando e colocando óculos, mas graças a Deus não precisou ajeitar o cabelo.
Novo estilo: Eduardo Silvério, absurdamente calmo, respondendo com tranquilidade. De barba, Bernardo Rossi também tomou uma maracujina antes da sabatina e só se irritou com a pergunta de Leandro Azevedo.
Calmaria – Lívia Miranda, desta vez bem mais à vontade e focada em educação, até usou todo o tempo, o que não ocorreu da outra vez. Marcos Novaes conseguiu criticar e apresentar propostas sem se exaltar demais. Jamil Sabrá Neto teve discurso correto, mas não empolgou.
Conteúdo – Matheus Quintal e Marcos Novaes apareceram no debate com narrativas demonstrando conhecimento. E Ramon Mello, o destemido, que não tem medo de pergunta, não. Coronel Vieira Neto focou em moralização em todos os momentos em que respondeu ou foi perguntado.
Perderam a chance – Elias Montes, de azul marinho, como sempre, recebeu a pergunta mais fácil de todas, sobre transporte público que nem de longe é bom na cidade. Não conseguiu empolgar com uma resposta direta. Bomtempo, sobre Educação, queria até dar mais pancadas, porém economizou porque não pode bater tanto assim sobre o assunto.
Ausente – O candidato do Psol, professor José Luiz, faltou ao segundo evento do Canal 10 alegando ser do grupo de risco para a Covid-19, mas prometeu nas redes sociais, que vai responder a pergunta que foi direcionada a ele.
O grupo Crochemigas confeccionou gorros super coloridos para os alunos do Formiguinha, projeto do Amigos da Mata, instituição de Araras, marcando o Dia das Crianças.
Genéricos
O que dá a impressão é que os candidatos ensaiam as respostas macro, falando dos planos de governo, em linhas gerais, bem conceitual. Quando há – e todas as perguntas foram assim – questões bem delimitadas, eles saem pela tangente.
Plateia
A gente precisa destacar – a parte mais divertida – a claque de apoiadores dos candidatos com mensagens pelo Facebook da tevê: segundo os correligionários, todos foram “vencedores”.
Jingle
O que fez mais sucesso no debate dos candidatos a prefeito? O jingle… do Xodó de Minas que tocava em todos os intervalos. Aquele forrózinho fica agarrado na gente! Melhor que muito jingle dos próprios candidatos.
É mais!
Petrópolis teria a presença de milícia no bairro Roseiral e do Comando Vermelho na capital, segundo estudo divulgado pelo Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, levantamento que reúne dados do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni/ UFF), o datalab Fogo Cruzado, o Núcleo de Estudos da Violência da USP, a plataforma digital Pista News e o Disque-Denúncia. Longe de os Partisans contradizerem especialistas, mas a gente acha que tem em mais lugares da cidade.