Eleições 2020: Tribuna entrevista a candidata a prefeita Lívia Miranda sobre mercado de trabalho e apoio a empresas
Lívia Miranda é candidata pelo PCdoB (coligação PCdoB e PT). É professora na rede municipal com dedicação a inclusão de estudantes com deficiência. Também é Mestranda em Educação na UFF. Defensora de uma educação pública inclusiva, democrática e de qualidade para todas e todos. Além disso, está presente na batalha sindical da educação pelos direitos dos trabalhadores (as), militante de movimentos sociais pelos direitos das mulheres, da população LGBTIA+, na luta antirracista e pela participação de mulheres e pessoas comuns como protagonistas na política.
Petrópolis perdeu mais de 6 mil postos de trabalho em três anos, principalmente no período de pandemia. Como a prefeitura vai ajudar as empresas a voltar a empregar? Qual será o papel do poder público em acolher o empresário e ajudá-lo a retomar seu negócio ou investir em uma nova empresa?
A prefeitura pode articular esforços junto a instituições financeiras para empréstimos com juros baixos (inclusive juro zero), maior prazo de carência, ou seja, maior prazo para início da quitação do empréstimo. Dando assim, maior tempo para que as empresas possam se organizar. A prefeitura pode também articular linha de crédito para novos empreendimentos. Em contrapartida, a manutenção dos empregos com vinculação de compra de material e insumos de produção local.
O distrito industrial da Posse existe desde 2010 e a cada eleição ele é citado como uma possibilidade real de atrair empresas. Porém, ele nunca deslanchou. Empresas apontam mão de obra precária na Posse, falta de transporte urbano de qualidade, falta de capacidade de energia elétrica e falta de conectividade. Como a sua gestão vai garantir infraestrutura para atrair empresas para o distrito industrial da Posse?
Muito além de atrair empresas, é urgente desenvolver os potenciais da cidade. Assim, nossa proposta é de gerar emprego com o desenvolvimento de empresas sustentáveis e comprometidas com o meio ambiente. Este é um desafio para os novos tempos. Cabe ao Executivo do município articular com os demais municípios que se beneficiariam (Três Rios e Areal, por exemplo) e criar um foco regional de desenvolvimento. Vimos nesta atual gestão total incompetência para articular soluções para os problemas da cidade.
Mão de obra qualificada é o que requer o polo tecnológico de Petrópolis. Com potencial para se expandir o polo necessita de apoio público. No outro lado da moeda das vocações da cidade vem o turismo, que cobra investimentos como um centro de convenções. O que a sua gestão vai fazer pelos dois setores?
A tecnologia deve ser uma grande aliada para todas as áreas em desenvolvimento da cidade. A prefeitura pode incentivar o acesso ao polo tecnológico com bolsas de estudo e pesquisa, incentivos aos estudantes oriundos das escolas públicas para ingresso nas áreas tecnológicas e incentivos para as empresas contratarem estudantes da cidade para estágios e programas de trainee. Isso requer prioridade no planejamento das ações que podem deixar legado para o futuro de Petrópolis.
Como a prefeitura pode se aproximar do empresário atuando de forma prática, participando do dia a dia das empresas locais? Haveria alguma instituição que reunisse iniciativa privada e poder público? Como ajudar empresas e empreendedores a financiarem seus negócios no âmbito municipal?
A prefeitura deve governar para todos e todas tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável da cidade. Ocorre que as instituições representativas da iniciativa privada precisam se democratizar, representar pequeno e médio empresários, sob pena de os recursos oriundos de parcerias acabarem direcionados apenas para os grandes grupos da cidade. Destaco a urgência de investimento nas cooperativas de trabalhadores, produtores locais, artesanato, economia solidária e os negócios gerenciados por mulheres.
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