• Eleições 2020: Tribuna entrevista a pré-candidata a prefeita Lívia Miranda sobre Cultura e Turismo

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  • 06/09/2020 06:00

    Lívia Miranda é pré-candidata pelo PCdoB. É professora na rede municipal com dedicação a inclusão de estudantes com deficiência. Também é Mestranda em Educação na UFF. Defensora de uma educação pública inclusiva, democrática e de qualidade para todas e todos. Além disso, está presente na batalha sindical da educação pelos direitos dos trabalhadores (as), militante de movimentos sociais pelos direitos das mulheres, da população LGBTIA+, na luta antirracista e pela participação de mulheres e pessoas comuns como protagonistas na política.

    Em Petrópolis as áreas de Cultura e Turismo andaram de mãos dadas durante muitos anos. Evidentemente, elas estão interligadas, mas ao mesmo tempo são independentes em gestão, objetivos e resultados.  Isso trouxe atraso para os dois setores? Como avançar nos dois segmentos?

    A separação da Cultura e do Turismo não foi boa para Petrópolis, pois nossa grande força está justamente no Turismo Cultural. Não faz sentido juntar Cultura com Esporte, em vez do Turismo. A Cultura deve ser responsável pela organização das festas e ter autonomia para captação de recursos, de modo a impedir a realização de licitações mal construídas e publicadas de véspera. Situação que abre possibilidade de desvios e favorecimentos. Para isso, uma gestão transparente e democrática, ao contrário do que acontece atualmente.

    O calendário anual de eventos é bem direcionado a atrair turistas, ainda que as atrações também tenham a participação de moradores. O petropolitano, no entanto, cobra mais ações voltadas para a Cultura de forma permanente e não apenas nos chamados “grandes eventos”.  Como sua gestão vai lidar com a Cultura?

    Com programação permanente e contínua no Centro e nos distritos. É importante que nós, pessoas comuns, tomemos posse do nosso patrimônio. Exemplo do Centro de Cultura Raul de Leoni, um dos maiores centros culturais do interior do estado do RJ e patrimônio público municipal. Temos que valorizar e incentivar o usufruto deste espaço fenomenal, que pode ser reativado, favorecendo sempre as apresentações dos (as) artistas da cidade e trazendo atrações que enriqueçam a vida cultural dos petropolitanos (as).

    Os grandes eventos na cidade movimentariam cerca de R$ 400 milhões por ano. Comércio e trade turístico seriam os maiores beneficiados. Como fazer com que os grandes eventos aumentem a renda e valorizem as pessoas que vivem do trabalho artístico? Como fazer com que a ascensão do turismo na cidade movimente outras cadeias produtivas? 

    Primeiro, é necessário que a prefeitura honre seus compromissos e pague os trabalhadores e trabalhadoras da cultura. Além disso, é preciso que os eventos culturais e o turismo sejam planejados com sincronia para que, na alta e na baixa temporadas, a cidade seja alternativa dos turistas do mundo. Os grandes eventos geram renda concentrada, isso não significa renda para os hotéis e comércio dos distritos, por exemplo. É possível organizar um calendário de eventos e diferentes roteiros turísticos pelos diversos distritos.

    A cultura e o turismo foram duramente afetados pela pandemia da Covid-19 em 2020. Qual o projeto de sua gestão para fomentar estes setores nos próximos quatro anos?”.

    Aumentar a verba do Fundo Municipal de Cultura, para pelo menos 600mil reais, valor proposto em 2017 e nunca executado. Realizar parcerias com os governos estadual e federal para trazer mais recursos nesta área para Petrópolis, como a SECEC, a Secretaria Especial de Cultura e a Ancine. No planejamento dessas duas áreas caberá diálogo com a sociedade civil, com o setor privado para investimento e parcerias. A alternativa para a saída desta crise é coletiva, portanto, a necessidade de envolvimento de diferentes setores.

    Ouça a entrevista completa em podcast:

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