• Procura por imóveis na Região Serrana aumenta 300% no primeiro semestre

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  • 16/08/2020 11:00

    O mercado imobiliário já está enxergando a Região Serrana do Rio de Janeiro como a nova Campos do Jordão, região badalada de São Paulo também conhecida como a “Suíça brasileira”. De acordo com Fabrício Junqueira, delegado do Creci-RJ (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis) em Itaipava, no primeiro semestre deste ano houve aumento de 300% na procura em comparação ao mesmo período do ano passado. “Dois fatores contribuíram para este aumento: com o isolamento social, as pessoas sentiram a necessidade de ter uma casa, um quintal, ou seja, uma área aberta. O segundo motivo foi o home office. Pessoas que tinham o desejo de comprar uma casa na Serra, não fechavam negócio porque ainda precisavam estar fisicamente na empresa. Agora, com algumas empresas adotando o home office permanentemente, esses interessados estão conseguindo realizar o desejo de morar na Região Serrana sem a obrigação de subir e descer a Serra todos os dias para trabalhar”, comenta Junqueira.

    Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi Rio (Sindicato da Habitação) confirma esta tendência. “Desde o início da pandemia, a procura pela Serra aumentou significativamente. Em um primeiro momento se percebe uma alta, principalmente, na locação. Com relação às vendas também, mas é um aumento que leva um tempo para ser absorvido porque havia muita oferta”, avalia Schneider.

    O reflexo desta demanda está sendo percebido na Concal, por exemplo. “Pedro do Rio, em Petrópolis, onde temos o condomínio Terras Altas, é uma das regiões preferidas. A procura está tão grande que, nos primeiros 15 dias de junho, vendemos nove terrenos no condomínio. Há clientes, inclusive, comprando dois lotes e pagando à vista. A região tem atraído profissionais do mercado financeiro que desejam cumprir a quarentena com qualidade de vida”, comenta José Conde Caldas, presidente da empresa.

    A última casa construída no condomínio Terras Altas, da Concal, em Pedro do Rio, foi vendida por R$ 1,8 milhão. Foto: Divulgação.

    Cada terreno no Terras Altas, segundo Caldas, é vendido por R$ 450 mil. “O cliente compra o lote e contrata arquitetos renomados como o Sergio Conde Caldas para fazer o projeto da casa de acordo com o seu perfil. Também vendemos em junho a última casa pronta no condomínio, avaliada em R$ 1,8 milhões”, conta o presidente da construtora. O Terras Altas, com 85 lotes, é um condomínio fechado e urbanizado pronto para a construção de casas. Com terrenos a partir de 2.500 metros quadrados, o condomínio oferece infraestrutura completa, incluindo rede de acesso à internet em fibra ótica, pavimentação e arborização das ruas, guarita e ronda 24 horas. O Valor Geral de Vendas (VGV) total é de R$ 40 milhões.

    A Riooito Incorporações, que tem quatro projetos na Região Serrana, também sente esta movimentação. De acordo com Sheila Ferreira, gerente de vendas da empresa, no Cenário da Montanha, que está em construção em Itaipava, 40% dos clientes são de famílias do Rio. “Só este mês vendemos 20 unidades do Cenário da Montanha”, afirma Sheila. Os poucos imóveis disponíveis hoje têm preços a partir de R$ 220 mil. Já no Cenário dos Pássaros, o percentual é de 30% de famílias moradoras do Rio. Todas as unidades são comercializadas pelo mesmo preço: R$ 180 mil. As unidades garden, aquelas tipo casa, que já eram procuradas, ficaram ainda mais em alta na pandemia. “Em ambos os projetos, a procura pela unidade garden sempre foi grande, mas com a pandemia a demanda foi ainda maior, cerca de 20% de aumento. No Cenário da Montanha não temos mais unidades deste tipo, pois foram as primeiras a serem vendidas antes mesmo da pandemia. E durante esse período de isolamento, tivemos muitos clientes do Rio desejando uma unidade deste tipo no Cenário da Montanha, mas não foi possível atender porque esgotou. Já no Cenário dos Pássaros, ainda temos algumas unidades garden à venda que estão sendo negociadas. São famílias que têm filhos ou pets e que desejam mais espaço ao ar livre, com verde, principalmente agora com a experiência do isolamento social”, comenta Sheila.

    Novas percepções sobre o imóvel durante a quarentena

    De encontro às observações dos especialistas, pesquisa do Imovelweb indica que 43% dos entrevistados começaram a observar detalhes de seus imóveis que talvez passassem despercebidos antes do isolamento social. Segundo o levantamento realizado com seus consumidores, 25% acham que falta um quintal ou uma varanda; 19% dos entrevistados consideram a residência pequena demais; 12% acreditam que o imóvel poderia estar numa localização melhor e outros 12% desejam uma região mais silenciosa.

    Outro dado interessante é que 90% dos entrevistados deixariam de viajar e adquirir objetos com intuito de guardar dinheiro para investir na casa própria. E mesmo com o momento delicado, a pesquisa do portal mostra que 96% das pessoas continuam planejando sua mudança.

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