Treinar mais de três vezes por semana pode ser um convite à lesão
Com o aumento cada vez maior de praticantes de corrida de rua, quase na mesma proporção antes da pandemia já vinha aumentando o número de lesionados muito mais em função da maior parte não seguir orientação profissional. O erro básico é ignorar a regra mais antiga do treino esportivo que é a interdependência do volume x intensidade x frequência semanal do treinamento esportivo e isso vale para qualquer modalidade esportiva.
Entende-se intensidade como velocidade ou pace, volume como a quilometragem semanal e a frequência quantas vezes por semana. As três variáveis precisam estar em equilíbrio sendo impossível fazer treinos intensos e longos ao mesmo tempo sem a devida recuperação entre um treino e outro. As maiores causas de lesões são justamente o aumento brusco do volume, da intensidade, da frequência ou das três variáveis ao mesmo tempo.
Tudo começa quando o corredor passa a se sentir confiante querendo melhorar o seu “pace” comparando com o dos outros. Fazia intervalado uma vez por semana já quer fazer duas e até três. Corria três vezes por semana já quer correr todo dia. Fazia longão de 10 km já quer passar para 15, 20 e até mais. O resultado a gente conhece nos consultórios médicos.
Estudos bem conduzidos por Fredericson e Misra (2007) concluíram que uma quilometragem semanal acima de 60 km o risco de lesão é bastante significativo, resultado que coincide com outros estudos citando um aumentou proporcional de dores musculoesqueléticas a partir de 39 km por semana assim como a frequência de treino semanal de três para quatro vezes. Sendo assim, para a maioria dos corredores recreacionais treinar três vezes por semana incluindo um intervalado totalizando 12 km, um treino moderado de 12 km e um longo de 15 a 20 km é bastante satisfatório e sem lesão pois a quilometragem semanal ainda estará na zona de conforto com 44 km. Agora nesse momento em que a maioria não está treinando como gostaria o retorno gradual às atividades deve ser com calma respeitando os períodos de descanso. Depois da pandemia tudo que o corredor (a) NÃO quer é uma lesão. Prof. Moraes