• Eleições 2020: Tribuna entrevista a pré-candidata a prefeita Lívia Miranda sobre mobilidade urbana

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  • 09/08/2020 08:00

    Lívia Miranda é pré-candidata pelo PCdoB. É professora na rede municipal com dedicação a inclusão de estudantes com deficiência. Também é Mestranda em Educação na UFF. Defensora de uma educação pública inclusiva, democrática e de qualidade para todas e todos. Além disso, está presente na batalha sindical da educação pelos direitos dos trabalhadores (as), militante de movimentos sociais pelos direitos das mulheres, da população LGBTIA+, na luta antirracista e pela participação de mulheres e pessoas comuns como protagonistas na política.

    As últimas obras estruturais, que interferiram diretamente na mobilidade urbana foram a duplicação da Barão do Rio Branco e da Rua Bingen, na década de 70. Desde então, Petrópolis não teve avanço na sua estrutura viária.  Como sua gestão vai tratar a mobilidade urbana?

    Falar das obras estruturais nos lembra da ligação Bingen-Quitantinha, promessa de campanha desta atual gestão. Também é importante dizer que mobilidade envolve pessoas andando a pé, transporte de cargas, de pessoas, animais, turismo etc. Mobilidade envolve o direito de participar da cidade e diz respeito, inclusive, à nossa qualidade de vida, pois ninguém é feliz ficando horas preso num engarrafamento. Assim, é necessário diversificar os modais de transporte. Isso impacta na economia e na qualidade de vida do povo.

    Petrópolis tem hoje um Plano de Mobilidade Urbana, o primeiro da cidade e que dá as diretrizes para o setor até 2029.  Qual será sua prioridade na execução do plano de mobilidade? A ausência de melhorias na BR-040, principalmente, a falta nova pista, pode interferir na execução do plano de mobilidade? Como será tratada a questão do estacionamento rotativo e ciclovias?

    Há que se distinguir a mobilidade entre: como se chega ou sai da cidade e como se transita dentro dela. Precisamos enfrentar a irresponsabilidade da Concer em relação à cidade, principalmente no que diz respeito às famílias do Contorno que foram afetadas pela obra. A prioridade da mobilidade deve ser garantir que a cidade seja acessível para todos e todas, incluindo as pessoas com deficiência e idosos. A acessibilidade se faz com transporte público de qualidade, eficiente e num valor justo, por isso a defesa pela tarifa social. 

    As empresas ônibus da cidade reclamam de queda de passageiros, que seria um dos motivos para o preço atual da tarifa. Por outro lado os usuários reclamam de ônibus cheios, filas e poucos  horários. Existe a concorrência do transporte por aplicativo e o fato dos moradores estarem  usando mais carros e motos, o que aumenta os gargalos no trânsito. Como equilibrar este cenário e melhorar o trânsito na cidade?

    Primeiro, é urgente rever as planilhas do cálculo da tarifa. Normalmente, essa alegação de dificuldade financeira vem antes do reajuste da tarifa e da retirada de direitos dos (as) trabalhadores (as) rodoviários (as). Inclusive, devemos nos atentar para o funcionamento do Conselho Municipal de Trânsito (COMUTRAN), em que é necessário garantir mais participação da sociedade civil. Assim, a única forma de incentivar as pessoas a usarem mais ônibus é com a tarifa social e melhorando o serviço que é uma concessão pública.

    A mobilidade urbana requer a conservação e modernização das vias da cidade. Nos distritos, há duas situações:  escoamento de produção rural em ruas ainda de terra batida e engarrafamentos nas áreas urbanas por conta dos veranistas e turistas.  Em toda a cidade, de uma forma geral, há cobranças por pavimentação. Como investir em pavimentação e, principalmente, fazer a manutenção das vias com os recursos de orçamento da prefeitura?

    Vemos uma grande oportunidade para geração de emprego e distribuição da renda. Essa é uma das nossas estratégias para o Programa Emprego na Comunidade. Por exemplo, através das obras da construção civil (como é o caso do calçamento) a serem realizadas nas comunidades é possível gerar emprego para os trabalhadores daquele lugar. Destaco que essa é a função da Administração Pública: deixar um legado que melhore a qualidade de vida das pessoas. Isso tem uma série de vantagens, entre elas, combater a corrupção.

    Ouça a entrevista completa em podcast:

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