Sindicatos denunciam ‘lotadas clandestinas’ em Petrópolis

O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Petrópolis denunciaram à Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) a realização de transporte clandestino no município. Segundo o órgão, as chamadas “lotadas” estão sendo feitas com carros particulares – os condutores estacionam próximo a pontos de ônibus e oferecem o serviço pelo valor da passagem.

O presidente do sindicato Edson de Oliveira disse que a frequência com que têm acontecido essas lotadas preocupa os rodoviários. “São carros de passeio, muitas vezes velhos e sem garantia de segurança nenhuma. O ônibus tem horário, limpeza, os rodoviários usam máscara, têm os cuidados de segurança durante a pandemia. Se a população se acostumar com as lotações, vai acarretar desemprego para o rodoviário, porque os ônibus estão perdendo passageiros”, disse.

Na última semana, o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Petrópolis (Setranspetro) também se manifestou em relação ao aumento da realização de transporte clandestino na cidade. A gerente do Setranspetro, Carla Rivetti diz que a prática irregular do serviço de transporte de passageiro desrespeita qualquer tipo de lei e de regra, inclusive, as estabelecidas pelas próprias plataformas dos serviços por aplicativo, o que pode gerar diversos prejuízos.

“É necessário que exista fiscalização rigorosa para garantir a segurança dos passageiros e também a prática regular de todos os serviços de transporte que são oferecidos na cidade. É importante respeitar a livre concorrência, desde que esta aconteça levando em consideração as leis, regras e regulamentações, inclusive, gerando mais legitimidade ao exercício dos serviços prestados por aplicativo. Temos que ressaltar também que o Sistema de Transporte Coletivo por ônibus é o único que transporta todos os passageiros da gratuidade”, disse.

Segundo o Sindicato dos Rodoviários, as denúncias foram encaminhadas à CPTrans. “Esses carros não são de motoristas de aplicativos. Não temos problemas com o transporte por aplicativo, porque essa já é uma realidade na cidade. A questão é que cobramos acordo coletivo, cobramos aumento de cesta básica para os rodoviários, mas se as empresas não tiverem passageiros, não terão nem como pagar os funcionários e terão as demissões”, disse.

A CPTrans informou que mantém equipes de fiscalização e atua de acordo com os flagrantes. A companhia recebe denúncias de irregularidades pelo telefone 156, mas também é possível deninciar à Polícia Militar, pelo 190. De acordo com a CPTrans, em caso de constatação da irregularidade, o motorista é autuado por exercer transporte motorizado sem autorização do município.