• Covid-19: apesar da maior taxa de mortalidade da Região Serrana, Petrópolis tem letalidade menor do que a média do Estado

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 19/06/2020 18:18

    Com uma expectativa de vida superior a 76 anos e uma população idosa que representa 15% do total de habitantes, Petrópolis tem a mais elevada taxa de mortalidade  por Covid-19, levando em conta a população,  em relação aos principais municípios da Região Serrana. De acordo com dados levantados até a manhã de sexta-feira (19), a cidade registrou 89 mortes pela doença, ou seja, um óbito para cada 3.440 moradores.

    Teresópolis e Nova Friburgo têm uma taxa de letalidade inferior a Petrópolis, segundo o último levantamento feito pelas secretarias municipais de cada cidade. Teresópolis tem quase o mesmo número de casos que Petrópolis, mas conta com menos mortes. Até o momento, foram 41 óbitos, o que representa um falecimento por Covid-19 para cada 4.453 habitantes.

    Já Nova Friburgo está em uma situação bem mais confortável. De acordo com dados divulgados pela secretaria de Saúde da cidade, até a manhã de sexta-feira, foram registradas 30 mortes, o que representa um óbito para cada 6.354 moradores. 

    Se compararmos com a média per capita de mortes pelo novo coronavírus no Estado do Rio de Janeiro, Petrópolis tem a taxa mais baixa. Em todo o Rio foi registrada uma morte para cada 2.052 habitantes. No entanto, se compararmos com a taxa do Brasil, a cidade tem mais óbitos per capita. No país, a letalidade é de um óbito para cada 4.437 moradores. 

    Apesar da letalidade maior do que a média nacional, Petrópolis tem situação melhor do que a registrada em países como Estados Unidos, Itália e Espanha, que têm mais mortes por habitante do que o município.  

    Para o infectologista Marco Lissere, ter uma população mais idosa é o principal fator para um número de mortes elevado. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Petrópolis tem mais de 52 mil moradores acima dos 60 anos.  “Os idosos sofrem mais com essa doença, que ataca de forma cruel os pulmões. Podemos dizer que em cidades com mais idosos, a mortalidade será maior”, ressaltou o especialista.

    Ele acredita que a situação pode mudar a partir de agora e o número de mortes pode começar a cair. “Hoje sabemos um pouco mais sobre a doença e os manejos clínicos dos pacientes estão dando resultado, são mais eficazes”, comemorou o especialista. “Temos mais domínio e as equipes estão mais equipadas”, acrescentou o infectologista, que atua no Hospital Unimed.

    O que chama atenção nas taxas de mortalidade per capita são os dados de países vizinhos. Na Argentina, a taxa de letalidade é de uma morte para cada 51.474 moradores e no Uruguai é de um falecimento pela doença para cada 144.708 habitantes. Para o especialista, os números baixos são resultado principalmente da adesão ao isolamento social. 

    “Nossos números poderiam estar ainda piores se as medidas de restrições tivessem começado tarde. Como o isolamento começou cedo isso refletiu nos dados de hoje. Podem parecer números altos, mas com certeza veríamos uma tragédia se as restrições fossem adotadas mais tarde como aconteceu em outras cidades”, concluiu o médico.

    Tabela comparativa de taxas de mortalidade x letalidade

    Tabela leva em conta número de casos registrados até essa última sexta-feira (19).

    Últimas