• Aluguel social: drama de famílias continua

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  • 29/07/2016 15:55

    Os problemas com relação ao não recebimento do aluguel social em Petrópolis parecem não ter fim. Enquanto o governo do Estado diz que já depositou parte das parcelas de maio e junho, as famílias não receberam nenhum tipo de depósito e correm o risco de perder mais uma vez a moradia. 

    O drama dessas famílias começou no mês de maio, quando o Governo do Estado deixou de pagar pela primeira vez o valor do benefício. Dezenas de pessoas fizeram várias manifestações pela cidade reivindicando o pagamento da parcela. 

    Diante da falha no pagamento, quem necessita do benefício está tendo que se virar para pagar o aluguel e não ser despejado. Em alguns casos a situação é ainda pior. A pensionista Maria da Conceição de 65 anos teve que fazer uma difícil escolha. A idosa que faz uso de medicamentos para hipertensão arterial tem renda de pouco mais de um salário mínimo. “Isso é um problema sério. Eu não tenho outra fonte de renda e meu filho está desempregado com essa crise toda. Ganho pouco mais de R$ 1 mil e o aluguel custa R$ 800. Daí tenho que optar: ou pago aluguel ou compro meus remédios. É uma questão de sobrevivência, mas ao mesmo tempo eu preciso ter um teto. Então tive que optar por pagar o aluguel nesses últimos meses” explicou Conceição, que não tem conseguido arcar com as despesas dos remédios devido ao benefício não pago pelo Governo do Estado. 

    A idosa é uma das pessoas que não recebem o aluguel desde maio. “Se a gente fica sem pagar algum tipo de imposto ao governo eles até sujam nosso nome, mas quando o governo deixa de cumprir com suas obrigações a gente que tem que pagar o pato? O pagamento de maio saiu para muita gente no mês de junho, mas tive acesso a uma lista de mais de 60 famílias que estão sem receber o benefício. O governo disse na televisão que ia pagar mas até agora não chegou nada na nossa conta. Está difícil demais isso”, completou.

    Conceição mora atualmente na rua Aldo Tamancoldi, Alto da Serra, depois de ter sua casa interditada devido a um temporal em março de 2013, que devastou a Rua Otto Reymarus, no bairro Morin. 

    Uma outra aposentada, Regina Viana Lage, de 68 anos também passa por situação semelhanete. A idosa mora hoje na Estrada da Saudade. Essa já é a terceira residência que ela aluga depois de perder sua casa também na região do Morin, em 2013. “Eu não recebo desde maio. Vi até algumas colegas que receberam, mas no meu caso não foi depositado. Eu comecei a vender doces e trufas para ver se consigo melhorar um pouco e complementar minha renda”, explicou a dona de casa, aposentada, que mora com três netas de 12, 14 e 20 anos. 

    Em meados de junho o governo anunciou que pagaria a parcela referente ao mês de maio, e em julho o valor referente ao mês anterior. No entanto, as pessoas citadas na reportagens, assim como dezenas de outras, de acordo com uma listagem feita pelos moradores, não recebeu nenhuma dessas parcelas.

    A Tribuna questionou a Secretaria de Assistência Social do Estado do Rio de Janeiro para saber sobre o motivo pelo qual o pagamento dessas famílias não foi depositado. No entanto, até o fechamento dessa reportagem não obtivemos uma resposta. 


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