Em reunião, CPTrans admite dificuldade para evitar superlotação nos ônibus

A redução no número de ônibus nas ruas em função da pandemia, aliada à flexibilização das atividades econômicas iniciada no dia 1º, tem tornado cada vez mais comum as cenas de coletivos com todos os assentos ocupados e vários passageiros em pé. A preocupação dos funcionários das empresas e usuários do sistema, é compartilhada pelas autoridades, mas, em reunião com representantes da Prefeitura e dos ministérios públicos Federal e Estadual, ficou claro que há enorme dificuldade para evitar a superlotação no transporte. 

Os ônibus lotados, comuns antes das adoções das medidas de restrições e distanciamento social em março, agora podem ser vistos especialmente em horários de pico. Na quarta-feira (10), durante reunião para tratar das ações de enfrentamento ao Covid-19, a Companhia Petropolitana de Trânsito (CPTrans) deixou claras as dificuldades para garantir o distanciamento social no transporte público com a retomada das atividades econômicas.

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A CPTrans informou aos procuradores que foi realizado um diagnóstico do transporte público após a retomada de algumas atividades no dia 1º e os técnicos perceberam a necessidade de ações de orientação à população para que entendam a necessidade de só sair quando necessário. A companhia afirmou que várias linhas já estão operando na quantidade máxima de veículos e que “caso as pessoas retomem suas rotinas, os ônibus ficarão lotados, não havendo garantias de que será mantido o distanciamento social”.

A superlotação nos ônibus também foi discutida na reunião extraordinária do Conselho Municipal de Saúde (Comsaúde) realizada na terça-feira (9). Os conselheiros manifestaram preocupação com essa situação e recomendaram que a Prefeitura adote medidas de fiscalização para garantir a segurança da população dentro dos coletivos.

O MPE e o MPF também recomendaram à Prefeitura que, em um prazo de cinco dias úteis, entregue cópia das notas técnicas referentes ao transporte público coletivo e também o intermunicipal. Esses documentos vão estabelecer o nível seguro de ocupação dentro dos ônibus. 

A intenção era que as notas técnicas ficassem prontas antes do dia 15, data prevista para o início da abertura das atividades da linha amarela, para que as empresas de ônibus tenham uma base técnica para evitar a superlotação nos veículos.