Alto preço do leite assusta consumidores
Depois da alta no preço do feijão, que tem assustado os consumidores de todo o país, agora é a vez do leite ser alvo de um reajuste acima da média. De acordo com um levantamento feito pelo IBGE, de janeiro até maio o preço do produto, assim como os seus derivados, subiu, pelo menos, 10,19%. A maior alta foi com relação ao preço do tipo longa vida, o leite de caixinha, que aumentou mais de 15%, em média, em todo o país.
Em Petrópolis, o valor varia de um mercado para o outro. Na região do Centro, o litro de leite custa entre R$ 4 e R$ 5, mas pode ser encontrado por até R$ 9, dependendo da marca. Na região dos bairros a situação é semelhante. No distrito da Posse, por exemplo, não se encontra leite por menos de R$ 5,75.
Diante de um aumento tão elevado nos preços, o jeito é buscar algumas alternativas para o café da manhã. Apesar de o leite ser um dos itens preferidos do cardápio matinal das famílias brasileiras, muita gente está optando pelo chá, que tem preço variado e sai muito mais barato do que o leite, se for calculado o preço por litro. “Eu tomava leite quente todos os dias para me esquentar. Ainda mais aqui em Petrópolis, que é uma cidade muito fria. Porém, com essa situação do preço, o jeito foi apelar para o chá e tentar mudar o meu gosto, porque tenho um paladar meio apurado e não sou muito fã do chá”, brincou Mariana Martins, de 25 anos.
O reajuste no preço do leite acabou impactando também no valor final dos seus derivados. Os requeijões em pote de 200ml que eram encontrados por R$ 3,70 agora não são vendidos por menos que R$ 5 nos mercados da cidade, salvo exceções de marcas.
Além disso, um outro destaque é o queijo prato, que já custa quase R$ 30 por quilo. O tradicional queijo de minas também subiu de preço e não sai por menos de R$ 19.
Para os comerciantes, o produto já chega com preço alto e é impossível não repassar ao consumidor. Diante da situação, a expectativa é de que as vendas de leite comecem a diminuir. “Uma pequena redução com certeza nós tivemos. A família que comprava pelo menos dois litros de leite por dia agora está comprando apenas um. Mas não temos preocupação com relação à queda significativa, porque sabemos que quem bebe leite e gosta do leite não vai substituí-lo tão facilmente. Vai ter uma queda, mas nada que nos preocupe por enquanto”, disse Mário Vogel, dono de uma padaria.
O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados de (Sindileite) disse que a elevação do preço é resultado do aumento de 50% dos custos da produção. Em nota, o sindicato afirmou que não há pastagem suficiente para o rebanho por falta de chuva e que o preço da ração também encarece a produção.