• Quanto mais as coisas mudam…

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  • 25/07/2016 12:00

    …mais fica tudo na mesma. Traduzo a expressão francesa « plus ça change, plus c’est la même chose », que acerta na mosca.

    A realidade e as versões chapa-branca que gera são coisas diversas. Vejam o conceito de “golpe” bem diverso no Brasil ou na Turquia; melhor ser Presidente afastada cá do que professor lá. E as notas de “rating” atribuídas por agências tipo Moody’s ou Poors? Baixam as notas de Brasil ou Reino Unido mas a ameaça real de vermos um Trump presidente dos USA não as abala… Critica-se a Europa pela resistência à expansão das mesquitas e escolas muçulmanas, sem considerar a radical proibição da abertura de igrejas cristãs na maior parte dos países do Islã. Multidões de refugia dos expulsas de seus países, embarcam em frágeis botes para atravessar o Mediterrâneo; a responsabilidade vai para quem resgata e acolhe, não para quem expulsa ou faz cara de paisagem (toda a Ásia, por exemplo). A Venezuela, que já foi joia democrática, conhece o caos gerado pelo socialismo bolivariano. A reflexão de Konrad Adenauer era profética: “Se Deus limitou a inteligência humana, por que não terá limitado a burrice?”.

    Aqui no Brasil, vivemos época de crise ética, política e econômica, a exigir de todos o máximo de bom-senso na busca de difíceis soluções. Ora, a solução é confiada aos mesmos partidos que causaram o desastre; eis que no momento mais delicado, os parlamentares decidem assistir às festas de São João, depois entram em recesso (chamado “férias” cá embaixo, que eles tiram como se fossem escolares), a seguir assistem aos Jogos e, por fim, cuidam das elei- ções municipais. Os enormes problemas da União ficam para quem os quiser cuidar. A indispensável reforma político-eleitoral traz de volta a pauta primária do PSDB que conta com o apoio dos outros grandes partidos: limitação de novas siglas, fim das coligações, adoção do voto distrital misto, essas coisas bobocas.

     Os implicados na Lava Jato querem corrigir os malfeitos extinguindo os não-implicados, raciocínio de lascar. Já extinguir o Fundo Partidário e a gratuidade das redes de TV e rádio, adotar as candidaturas avulsas concorrendo com as indicações das siglas, instituir a federação de partidos, realizar plebiscitos e referendos, cumprir o Parágrafo Único do artigo 1º da Constituição Federal, que assegura serem os representantes eleitos “do povo” e não “dos partidos”, a ninguém parece interessar. O nível estadual é o caos absoluto, o desperdício total, uma instância a ser repensada, o pior custo/benefício da República. Assim como está, um atraso de vida.

    E em Petrópolis, continua tudo como dantes no Quartel de Abrantes. A prorrogação secreta do contrato da Águas do Imperador para 2.027/2042 continua valendo desde 2.012. A Câmara esquece a publicidade de seus atos, a Ouvidoria do Povo “não convém” aos Vereadores, as máquinas incham, poucos setores funcionam, o RPPS está aí. Mas os edis cuidam das férias, dos Jogos e das campanhas. Adeus, 2016, Petrópolis que se vire. Em outubro, vamos mudar para que fique tudo na mesma. Saudades da Primavera de Petrópolis e anseio por planejamento participativo. Fora isso…

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