Medicina Ortomolecular pode ser aliada no tratamento de doenças como depressão, e síndrome do pânico
Muitas pessoas não sabem, mas uma alimentação equilibrada previne e até ajuda a combater doenças, como depressão, e síndrome do pânico, por exemplo, tão comuns nos dias de hoje. E, é justamente essa a função da Terapia Ortomolecular, que atua na prevenção primária e secundária das patologias. A Medicina Ortomolecular está fundamentada na bioquímica e pretende, em síntese, o equilíbrio nutricional do organismo, avaliando e tratando o paciente de forma ampla, considerando os aspectos físicos e psíquicos particulares de casa um. Apesar disso, é importante ressaltar que a terapia ortomolecular não pretende substituir o tratamento com medicamentos, tampouco a psicoterapia. Mas, sim, auxiliar e otimizar esses tratamentos.
Aprimorada e cada vez mais conhecida, a prática ortomolecular conquistou espaço nos consultórios e clínicas. O motivo para a procura está justamente na preocupação de homens e mulheres em manter a saúde física e mental. A terapia foi criada por Linus Pauling, reconhecido como um dos principais químicos do século XX, pioneiro na aplicação da Mecânica Quântica em Química e, ganhador em 1954, do Nobel de Química, em 1962, do Nobel da Paz, pela sua campanha contra os testes nucleares. Baseado no princípio de que o organismo precisa de uma “correção” das carências nutricionais para equilibrar a bioquímica, ele descobriu um meio de prevenir o surgimento de muitas doenças.
O estresse, a poluição e a exposição aos mais variados tipos de agentes nocivos, associados aos hábitos alimentares incorretos são suficientes para causar uma confusão no organismo. Como consequência aparecem as dores, alergias e uma série de complicações que têm impacto direto na qualidade de vida. Foi a partir da observação de situações como essas, e a introdução do conceito dos radicais livres e dos antioxidantes, que surgiu a ortomolecular. Outro ponto que contribuiu para as pesquisas de Pauling, foi o fato de ter descoberto que sofria de uma forma grave da doença de Bright, uma enfermidade renal, potencialmente mortal e considerada incurável na época. Diante do quadro pessoal, Pauling conseguiu controlar a doença seguindo uma dieta pobre em proteínas e sem sal, algo fora do comum para o período.
De acordo com a médica Cíntia Vercelino, que atua na área ortomolecular há 22 anos, condições como enxaquecas (dores de cabeça), refluxo (azia, dor de estômago),transtornos intestinais (síndrome do colon irritável), alergias respiratórias, dores articulares, são condições que podem estar associadas a alergias alimentares. Até mesmo quem adota uma dieta dita saudável pode passar por essas complicações. “A medicina ortomolecular pode ser um complemento na maior parte das doenças, sejam crônicas, inflamatórias, autoimunes, entre outros, funcionando como um mecanismo para restabelecer o equilíbrio do organismo.
Avaliação do paciente
Antes de se inciar qualquer mudança na alimentação, é necessário que os pacientes passem por consultas, onde serão medidos os minerais, nutrientes ou tóxicos, presentes no organismo. Esses números são detectados através da biorressonância, que equivale ao mineralograma no sangue ou no cabelo. A biorressonância, além dos minerais, avalia também outras substâncias, como aminoácidos e neurotransmissores, e identifica alergias alimentares. Essas alergias podem predispor a baixa imunidade, infecções respiratórias e urinárias, e viroses de repetição. A partir dos níveis encontrados o tratamento é programado. “A intenção é afastar os alimentos “nocivos” e responder as eventuais carências. As mudanças sugeridas acabam causando um reflexo na balança. Com o reequilíbrio o emagrecimento se torna uma consequência natural. O tratamento não tem tempo de duração determinado e depende da situação do paciente. Consideramos como curto prazo para repor eventuais deficiências, para resolver queixas alérgicas, como enxaquecas, queixas digestivas ou alergias propriamente ditas, e longo prazo para proteção e manutenção de saúde”, explicou a médica.
Apenas médicos podem realizar terapia ortomolecular
No ano de 2012 o Conselho Federal de Medicina publicou resolução que normatiza os procedimentos diagnósticos e terapêuticos da prática ortomolecular. Segundo o conselho, a indicação ou prescrição de substâncias como minerais e aminoácidos é de exclusiva competência e responsabilidade do médico. “Entendemos que buscando o equilíbrio de nutrientes, sejam minerais, aminoácidos, vitaminas ou outros suplementos, colaboraremos na prevenção do adoecimento ou na manutenção da saúde”, disse a especialista.