Rodoviários fazem assembleia nesta terça e podem anunciar estado de greve
O Sindicato dos Rodoviários está convocando os trabalhadores de duas empresas de ônibus – Petro Ita e Cascatinha – para uma assembleia na manhã de terça-feira (12) para decidirem um possível estado de greve a partir do dia 15. Os profissionais denunciam o descumprimento de um acordo feito em março, no início da pandemia do Covid-19, com o Sindicato das Empresas de Ônibus (Setranspetro), garantindo o pagamento dos salários, cestas básicas, entre outros benefícios.
Segundo o presidente do sindicato, essas duas empresas não estão fazendo os pagamentos em dia causando dificuldades financeiras para os trabalhadores. “Até agora nada do salário e nem da cesta básica. A situação está muito difícil para muitos rodoviários”, lamentou o sindicalista Edson Oliveira.
Nas duas empresas de ônibus devem trabalhar cerca de 800 rodoviários, entre motoristas, cobradores e outros. Na semana passada, eles chegaram a fazer uma manifestação em frente a garagem, na Rua Coronel Veiga, mas a empresa propôs um outro acordo para interromper a mobilização. No entanto, segundo o presidente do sindicato este também não foi cumprido.
Com as medidas de restrições impostas pela Prefeitura e isolamento social para evitar o aumento dos casos do novo coronavírus, o transporte público perdeu cerca de 70% dos usuários pagantes e está operando desde abril com os horários de domingo. O Setranspetro alega queda de receita e dificuldades para manter o serviço e cumprir com os compromissos.
O que dizem as empresas
Em nota enviada pelo Setranspetro, as empresas responderam à Tribuna sobre a possibilidade de greve. Leia o texto na íntegra:
“A Petro Ita e a Cascatinha informam que o que foi acordado na madrugada do dia 05 de maio foi integralmente cumprido. As demais demandas devem ser tratadas pontualmente entre a empresa e o Sindicato dos Rodoviários, que é instituição que legitimamente representa a categoria. A empresa reforça ainda que existe um pequeno grupo de pessoas que estão demonstrando um comportamento de incitação à violência e ao tumulto, e esta situação não será tolerada, uma vez que tenta prejudicar as negociações oficiais e geram transtornos para a operação dos ônibus e prejuízos para os passageiros.
A Petro Ita e a Cascatinha destacam ainda que estão vivendo uma crise sem precedentes, assim como as outras empresas, que gerou queda de arrecadação superior a 70%, sem que houvesse redução de custo na mesma proporção, resultando em um completo desequilíbrio econômico-financeiro. A empresa está se esforçando ao máximo para buscar alternativas com o objetivo de quitar todos os vencimentos dos colaboradores”.
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