Com pagamentos atrasados, funcionários da PetroIta ameaçam fazer paralisação nesta terça-feira
Funcionários da empresa PetroIta ameaçam fazer uma paralisação nesta terça-feira reivindicando a pagamento de férias e salários atrasados. A paralisação tem o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Petrópolis. Segundo o presidente do sindicato, Edson de Oliveira, os acordos que o patronal fez com os trabalhadores não estão sendo cumpridos.
Segundo o presidente do sindicato, a empresa tem aproximadamente 800 funcionários e a maior parte está com o pagamento atrasado há, pelo menos, 45 dias. “Há funcionários passando necessidade, que não recebem desde o começo de abril”, disse. Com as restrições de isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus, a frota de ônibus e o número de funcionários trabalhando também foi reduzido. Segundo o sindicato, havia sido acordado que, aos funcionários que têm direito, seria dadas férias, para evitar as demissões. O pagamento deveria ter sido feito na última quinta-feira, dia 30.
Segundo o sindicato, até agora somente a cesta básica mensal foi entregue aos funcionários. “A cesta foi entregue com atraso e faltando itens. Foram 18 reuniões entre os sindicatos para chegar num acordo e não estão cumprindo”, lamentou.
Os ônibus da linha PetroIta estão circulando sem os cobradores. Havia sido acordado também que 30% dos cobradores que não estão dentro do grupo de risco voltariam às atividades. Mas a medida não foi cumprida. “Querem manter a frota funcionando sem pagar os funcionários, não pode ficar assim”, disse o presidente do sindicato.
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Em nota, a empresa Petro Ita informou que “está vivendo uma crise sem precedentes, assim como várias empresas, com queda de arrecadação superior a 70% sem que houvesse redução de custo na mesma proporção, resultando em um completo desequilíbrio econômico-financeiro”. Disse que a empresa está se esforçando ao máximo para buscar alternativas com o objetivo de quitar todos os vencimentos dos colaboradores, mas, enquanto isso não é possível, adotou o critério de pagar todos os seus funcionários parcialmente, quitando à medida que ocorre a arrecadação de receita.
A empresa também informou que todos os cobradores que estavam no período de férias já retornaram ao posto de trabalho. Em relação à cesta básica, a PetroIta ressaltou que não há falta de itens, mas uma “pequena redução” na quantidade de alguns deles, em razão dos déficits provocados pela inflação, já que o valor da cesta foi baseado na média de preço do ano passado.
A PetroIta disse ainda que entende que não há motivos para uma possível paralisação, uma vez que buscou diálogo transparente com os seus funcionários e os pagamentos estão sendo feitos diariamente. O Setranspetro aponta que a interrupção do serviço neste momento é algo muito grave e precisa ser vista com muita responsabilidade, visto que prejudicaria ainda mais a população que precisa prestar serviços essenciais, buscar atendimento na rede de saúde e também receber benefícios e auxílios.