Espécies da fauna silvestre aparecem em unidades de conservação
Fechados para visitas devido à quarentena, os atrativos mais procurados por turistas nas unidades de conservação administradas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), estão recebendo, com mais frequência, visitas de espécies da fauna silvestre. As mais novas aparições foram os macacos bugio ( Alouatta guariba clamitans ), avistados nas trilhas do Parque Estadual de Ilha Grande, na Região da Costa Verde fluminense. A espécie está ameaçada de extinção, estando categorizada como vulnerável, e é endêmica da Mata Atlântica.
No último dia 11 de abril, um morador da região flagrou o primata, que é conhecido como barbado ou roncador e cujo grito pode ser ouvido a centenas de metros de distância. Quase sempre o animal está presente na unidade de conservação, mas nem sempre é visível.
Serpente em Ilha Grande
Outra aparição recente e registrada no Parque Estadual de Ilha Grande foi a serpente, da espécie caninana ( Spilotes pullatus ), que estava em uma das trilhas próxima à sede da unidade de conservação, na Vila do Abraão.
A caninana não é uma espécie peçonhenta, mas ao sentir-se ameaçada, pode atacar. De coloração que mescla o preto e o amarelo, essa serpente pode ultrapassar 2,5 metros de comprimento, na fase adulta.
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O biólogo Andrei Veiga, gerente de Guarda-Parques do Inea, explica que a ausência de pessoas explorando os atrativos do parque pode ter contribuído para o surgimento de animais silvestres em locais que, antes, eram frequentados por turistas.
“A presença desse animal pode representar um indicador de equilíbrio da natureza”, ressaltou o biólogo.
Onça-parda aparece pela primeira vez
Uma onça-parda ( Puma concolor ) apareceu pela primeira vez na Reserva Biológica Estadual de Araras, administrada pelo Inea.
A imagem do felino foi flagrada por uma armadilha fotográfica, sistema de monitoramento de animais que a Rebio Araras mantém desde 2018. Desde então, diversas espécies já foram registradas, inclusive pacas e cachorros do mato.
“Este registro é importantíssimo, pois é um indicativo de que o ecossistema está equilibrado. Além disso, acreditamos que o flagrante só foi possível devido à quarentena, pois é sabido que a redução das atividades humanas no interior e nos limites das unidades contribui para o aumento da circulação de animais silvestres”, disse a chefe da Rebio Araras, Isabela Bernardes.
A Rebio Araras abriga e protege diversas espécies raras, vulneráveis, endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e da flora em seus 3.862 hectares de Mata Atlântica. A unidade de conservação abrange partes dos municípios de Petrópolis e de Miguel Pereira.
Na Reserva são permitidas apenas visitas de cunho educacional e/ou realização de pesquisas científicas, mediante autorização prévia.