• Ex-atleta paraolímpico petropolitano se recupera da Covid-19

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  • 18/04/2020 16:00

    Em meio a enxurradas de informações sobre a Covid-19, algumas boas notícias de superação merecem ser compartilhadas. Há algumas semanas, a família do profissional de educação física e ex-atleta paraolímpico Marcelo Gonçalves Correa se viu diante de um grande desafio: a contaminação pelo novo coronavírus. Marcelo de 53 anos, sua mãe, de 77, a irmã de 48, e o irmão, de 46, tiveram o diagnóstico confirmado para a doença. Em trinta dias, seguindo as recomendações, três familiares se recuperaram, mas Marcelo teve complicações e teve que ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesta quinta-feira, após 13 dias de internação no Hospital Unimed Petrópolis, Marcelo apresentou uma melhora no quadro e saiu da entubação. 

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    Foto: Divulgação

    A notícia foi compartilhada pelo seu irmão Luciano Gonçalves Correa em um post emocionado nas redes sociais. “Hoje damos início a uma nova fase: O “sono da beleza” acabou Marcelão! Bem-vindo ao mundo real, pois você não nasceu para ficar no mundo dos sonhos, mas quero saber tudo o que sonhou nesses 13 dias. Impressionante que ao estar com meu irmão no quarto a primeira coisa que me disse foi: o “Pai ficou comigo todo tempo que eu estava dormindo”. “Eu viajei para vários países” – pelo visto duas vezes, pois como atleta já viajou bastante. Nem sei o que dizer sobre isso, me restou chorar com ele de alegria. Qual ciência dá conta disso?”, diz um trecho da postagem no perfil do Luciano no Facebook. 

    Na postagem, Luciano ainda lembra um pouco das dificuldades e lutas que Marcelo enfrentou durante toda a vida. “ (…) Desde que nasceu teve uma vida de muitas lutas, dentre elas as sequelas da Paralisia Cerebral, o preconceito, as dificuldades escolares, os diversos procedimentos cirúrgicos que fez e agora esse Maldito Covid-19. Mas quem nasceu para a guerra na guerra sempre estará! Já teve tantas lutas e diversas vitórias. Conseguiu fazer faculdade de Educação Física, é servidor público, foi atleta paraolímpico, hoje é conselheiro fiscal do Comitê Paraolímpico do Brasil”, diz outro trecho da postagem. Marcelo foi atleta paraolímpico de 2000 à 2012 e atualmente é técnico de Bocha Paraolímpica da Associação Petropolitana dos Deficientes Físicos.

    Na casa da família Gonçalves Correa, o primeiro a contrair a Covid-19 foi o Luciano, que é fisioterapeuta e atua na área da saúde e segurança pública. Nele, os sintomas do vírus apareceram de forma bem leve, a ausência do paladar e olfato e a tosse. Sua irmã Carla G. Correa e a mãe Irene G. Correa também tiveram sintomas leves. Ainda com a idade dentro do grupo de risco, a mãe Irene se recuperou bem nos poucos dias que ficou internada em clínica médica, no Hospital Unimed. 

    Carla contou que nos primeiros dias os principais sintomas foram a tosse constante, a falta de paladar e olfato. Como já tinham a confirmação de que o irmão caçula tinha contraído a Covid-19, já imaginavam que todos na casa tinham contraído também. No Marcelo a febre começou a aumentar, e buscaram atendimento no hospital. Ainda sem sintomas fortes, na Carla e no Marcelo aparecera sintomas de pneumonia. Como Marcelo tem outras comorbidades, a equipe médica precocemente indicou a internação na UTI. 

    “É uma coisa que a gente não imagina que vai viver, mas foram dias difíceis. É uma experiência que não tem como explicar, é como meu irmão disse na postagem, ou a gente é resiliente ou fica louco”, desabafou Carla. Na maior parte dos dias em que a Carla e Irene ficaram internadas em clínica médica, e nos 13 dias que Marcelo ficou internado, o irmão caçula Luciano, só recebia notícias através dos médicos. 

    Nestes dias, Luciano fez uma outra postagem no seu perfil no facebook contando em detalhes os momentos que enfrentou neste quase um mês de isolamento e apreensão com a família. “(…) Todos os dias as ligações do dr. Júlio César eram mensagens divinas que nos davam esperança, mas o não poder ver é sempre muito sofrido. Eu, minha irmã dedicados full time para minha mãe, pois a dor do coração materno não tem negociação, apenas é permitido acolhimento”, detalha em um trecho da postagem.

    Nesta quinta-feira, a família recebeu a notícia da melhora no quadro do Marcelo e da sua transferência para o leito clínico no quarto, e Luciano, que está recuperado, agora volta ao hospital como acompanhante do irmão. 

    “Vejo que as pessoas estão muito alienadas, não estão levando a sério. A ideia de fazer o post foi de compartilhar o que a minha família esta vivendo. Para que as pessoas entendam o que é passar por isso com uma pessoa mais próxima. Sensibilizar para que levem a sério a importância do isolamento social”, disse.

    Luciano que também trabalha na linha de frente, fez um agradecimento aos profissionais que atuam no hospital. “Todos, desde os médicos, enfermeiros, os profissionais na limpeza, todos estão sendo um diferencial nesse momento. Todo atendimento e dedicação com meu irmão, com as pessoas que precisam, só tenho a agradecer”, disse.

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