Vazamento de carta assinada por médicos do HAC gera indignação por parte dos profissionais
Médicos do Hospital Alcides Carneiro (HAC), que assinaram uma carta encaminhada à direção da unidade sobre a preocupação com as condições de trabalho, manifestaram indignação com o vazamento do documento nas redes sociais. Segundo eles, a carta era um documento interno e representava uma ação de rotina, que é comum quando sentem a necessidade de alertar a direção sobre uma determinada situação que possa colocar em risco o atendimento à população e a atuação dos profissionais. A carta ganhou repercussão ao ser compartilhada nas redes sociais desde a última terça-feira (7).
No final do texto, os médicos afirmam que o objetivo era alertar sobre as condições de trabalho e que estariam informando a situação ao Conselho Regional de Medicina (Cremerj). “A carta que foi exposta sem autorização da equipe de clínica médica não tinha nenhum objetivo político. Nós estamos estarrecidos e perplexos pela forma que foi utilizado um documento interno, que teve a única intenção de deixar registrada a situação para a direção do hospital e ao Cremerj”, disse o médico Aloisio Barbosa da Silva Filho, coordenador da clínica médica do HAC.
Ele esclareceu ainda que os médicos, ao fazerem o documento, pensaram no bem-estar dos pacientes, na melhoria do hospital e na capacidade do exercício profissional. “Afirmo que todos que assinaram a carta são profissionais altamente qualificados, éticos e de caráter excepcional”, relatou Aloisio Barbosa, frisando que “o vazamento do documento e o seu uso político não contribuiu em nada e que, mais uma vez a solução dos problemas passa por compromissos profissionais e ações desenvolvidas pelo Poder Público”.
O coordenador da clínica médica do HAC disse ainda que, no início do mês de abril, durante uma reunião, foi firmado o compromisso com a Prefeitura de que os problemas seriam resolvidos. “Participei da reunião, representando a equipe, com a direção do hospital e representantes do governo municipal quando tratamos do assunto”, comentou o médico, concluindo que “os assuntos são sempre pautados internamente e qualquer irregularidade, o médico tem o direito de fazer denúncia ao Cremerj, como cita o código de ética médica”. Aloisio Barbosa afirmou ainda que o estoque da maioria dos itens está regularizado.
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