• Cantor e compositor Moraes Moreira morre no Rio aos 72 anos

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  • 13/04/2020 13:45

    O cantor e compositor Moraes Moreira morreu na madrugada desta segunda-feira, 13, aos 72 anos. A causa da morte foi um enfarte. Ele estava dormindo.

    Nascido em Ituaçu, na Bahia, o cantor se projetou na carreira com o grupo Novos Baianos, ao lado de Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, poeta com quem escreveu os sucessos Preta Pretinha e Mistério do Planeta.

    Em 1975, ele saiu da banda e iniciou uma vitoriosa carreira solo, tornando-se um dos pioneiros do trio elétrico no Brasil. No ano passado, estreou o show Elogio à Inveja, com músicas de outros autores.

    Diante do momento de isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, há quase um mês Moraes Moreira publicou nas suas redes sociais um cordel inspirado pela quarentena:

    Quarentena (Moraes Moreira)

    Eu temo o coronavírus

    E zelo por minha vida

    Mas tenho medo de tiros

    Também de bala perdida,

    A nossa fé é vacina

    O professor que me ensina

    Será minha própria lida

    Assombra-me a pandemia

    Que agora domina o mundo

    Mas tenho uma garantia

    Não sou nenhum vagabundo,

    Porque todo cidadão

    Merece mas atenção

    O sentimento é profundo

    Eu não queria essa praga

    Que não é mais do Egito

    Não quero que ela traga

    O mal que sempre eu evito,

    Os males não são eternos

    Pois os recursos modernos

    Estão aí, acredito

    De quem será esse lucro

    Ou mesmo a teoria?

    Detesto falar de estrupo

    Eu gosto é de poesia,

    Mas creio na consciência

    E digo não a todo dia

    Eu tenho medo do excesso

    Que seja em qualquer sentido

    Mas também do retrocesso

    Que por aí escondido,

    As vezes é o que notamos

    Passar o que já passamos

    Jamais será esquecido

    Até aceito a polícia

    Mas quando muda de letra

    E se transforma em milícia

    Odeio essa mutreta,

    Pra combater o que alarma

    Só tenho mesmo uma arma

    Que é a minha caneta

    Com tanta coisa inda cismo….

    Estão na ordem do dia

    Eu digo não ao machismo

    Também a misoginia,

    Tem outros que eu não aceito

    É o tal do preconceito

    E as sombras da hipocrisia

    As coisas já forem postas

    Mas prevalecem os relés

    Queremos sim ter respostas

    Sobre as nossas Marielles,

    Em meio a um mundo efêmero

    Não é só questão de gênero

    Nem de homens ou mulheres

    O que vale é o ser humano

    E sua dignidade

    Vivemos num mundo insano

    Queremos mais liberdade,

    Pra que tudo isso mude

    Certeza, ninguém se ilude

    Não tem tempo, nem idade

     

    *Atualizado às 12h36

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