Segunda-feira marcada por longas filas nas portas das agências bancárias
A segunda-feira começou com aglomeração na porta das agências bancárias no Centro. Ainda que a determinação seja para evitar sair de casa, muita gente ainda está recorrendo as agências. Na porta dos bancos Itaú e Banco do Brasil, o distanciamento de 1,5 metro estava longe de ser respeitado.
Nas filas havia quase 50 pessoas, muitas delas, idosos, que fazem parte grupo considerado de risco para a contaminação do Covid-19. Na última semana, o Procon Petrópolis fez uma fiscalização nas agências bancárias para orientar sobre os cuidados e medidas de prevenção que devem ser tomadas para o atendimento. Nesta semana, com a previsão de pagamento de benefícios, a demanda foi grande e as agências ficaram cheias.
O Banco Itaú Unibanco informou que está adotando medidas para contribuir na desaceleração da velocidade de propagação do Covid-19. Além das medidas que vinham sendo adotadas de higienização e restrição do número de pessoas dentro das agências, aposentados e pensionistas terão acesso às agências uma hora antes do público geral e poderão realizar suas transações bancárias das 9h às 10h. As agências iniciam o atendimento aos demais clientes às 10h e encerram suas operações às 14.
O banco informou que afastou preventivamente funcionários do grupo de risco e estabeleceu procedimentos a serem adotados em caso de identificação de sintomas da doença nos colaboradores. A empresa faz um apelo para que os clientes evitem sair de casa e utilizem o autoatendimento e os recursos disponíveis, como compras por cartão de débito e se tiverem necessidade de sacar dinheiro vivo, façam nos caixas eletrônico, sem necessidade de se deslocar até uma agência, enfrentando eventuais aglomerações ou filas.
O presidente do SindBancários Petrópolis, Marcus Alvarenga, disse que o sindicato tem acompanhado a situação dos bancários e dos clientes que têm recorrido as agências. “Já pedimos, reiteradas vezes, para a Prefeitura criar um decreto, ao exemplo daqueles que exigiram os fechamentos de escolas, universidades, academias de ginástica, bares e restaurantes, para as agências bancárias. Mesmo assim as agências continuariam fazendo os serviços essenciais (que, nos bancos, incluem compensação, depósitos, pagamentos, transferências e rede de cartões de créditos). Esses serviços podem ser prestados pelas salas de autoatendimento, aplicativos de celular e internet. Só não pode acontecer o que tem acontecido. O atendimento presencial, por mais que se faça de forma contingenciada, entrando 5 ou 10 por vez, leva as pessoas a circularem na cidade e se aglomerarem, conforme temos visto, em filas enormes”, disse.
O Procon Petrópolis foi questionado sofre a fiscalização nas agências bancárias para evitar aglomerações, e informou que tem orientado para que se formem duas filas nas agências bancárias. Uma delas apenas para garantir o atendimento preferencial, como determina a lei 10.048/00. Além disso, foi pedido para que funcionários orientem a formação dessas filas, de forma que seja respeitada a distância mínima de 1,5m (um metro e meio) entre os consumidores, evite aglomeração e também que informem aos clientes os serviços que podem ser feitos via internet banking, online. Os gerentes também foram orientados a repassar as recomendações a outras unidades da rede.
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No dia 30, oito agências (seis de bancos privados e duas de bancos públicos) foram orientadas a seguirem as medidas de atendimento no contexto da pandemia. No dia 23, um representante da agência do Banco do Brasil da Rua Paulo Barbosa, no centro, foi conduzido à delegacia do Retiro, a 105ª Delegacia de Polícia Civil, para esclarecimentos. Sem aviso prévio e em desacordo com o que determinou o Banco Central, o atendimento nos caixas e gerências foi interrompido. O banco foi intimado a retomar os serviços no mesmo dia. O não cumprimento resultou em autuação da agência.
O Procon disse ainda que a edição circular 3.991 de 19 de março de 2020 do Banco Central dispõe sobre a redução do horário de atendimento ao público e assegura a prestação dos serviços. Enquanto perdurar a situação de risco à saúde pública. Nesse sentido, o órgão de defesa do consumidor tem cobrado que as agências cumpram o atendimento ao público em geral
O Banco do Brasil também foi consultado sobre o atendimento nas agências, mas até o fechamento desta matéria não respondeu ao questionamento.