• Com redução no número de passageiros, empresas de ônibus preveem colapso no sistema no início de abril

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  • 27/03/2020 11:51

    As empresas de transporte público coletivo urbano correm o risco de paralisar suas atividades em todo o país, a partir do próximo dia 5 de abril, por falta de recursos para a folha de pagamento dos colaboradores em função da crise causada pelo coronavírus. A informação é da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbanos (NTU). Em Petrópolis, com a redução da frota de coletivos e a diminuição do número de passageiros, o Sindicato das Empresas de Transporte de Petrópolis (Setranspetro) estima que 40% dos funcionários sejam demitidos, percentual que representa cerca de 800 trabalhadores. 

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    Nesta semana, representantes do Setranspetro e do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Petrópolis se reuniram para tentar um acordo. A proposta patronal era reduzir os salários proporcionalmente à diminuição da carga horária. A alternativa, no entanto, foi negada pelos representaes dos funcionários. 

    O presidente do sindicato, Edson Oliveira, afirma que vem tentado diálogo no sentido de manter o emprego de todos neste período de crise. “Estamos em reuniões diárias, procurando uma rápida solução para crise atual que afeta diretamente a classe rodoviária. Em breve teremos um caminho para manter os empregos dos nossos rodoviários que no momento é o mais importante”, disse. 

    Segundo o Setranspetro, a queda de passageiros supera 75%. As empresas dizem que, se não ocorrer a redução salarial, não há possibilidade de garantir os empregos nem a frota em operação. Segundo o sindicato, só a folha de pagamento custa cerca de R$ 300 mil por dia útil operado. 

    Associação Nacional pede aporte financeiro ao Governo Federal 

    Nesta quinta-feira, o presidente da NTU, Otávio Cunha, afirmou que sem o auxílio dos governos as empresas não conseguiram continuar operando com o sistema do transporte público. Para Otávio, é imprescindível manter o transporte coletivo em funcionamento durante a crise para que trabalhadores de áreas como saúde, segurança, abastecimento e outras, também essenciais, possam se deslocar diariamente.

    A Associação já enviou ofício ao Ministro da Economia, Paulo Guedes, pleiteando apoio financeiro emergencial e alertando sobre a urgência dessa ação para evitar o colapso do setor. “As empresas hoje estão operando com a redução de mais de 50% dos passageiros em média desde o início das medidas de isolamento social, em função do Covid-19, e isso afetou drasticamente a receita do setor”, explica Otávio Cunha. 

    A NTU estima que seria necessário um aporte de R$ 2,8 bilhões mensais para manter o serviço em funcionamento nos 2.901 municípios que dispõe de transporte coletivo por ônibus. Conforme o ofício entregue ao Ministro da Economia, o socorro financeiro, a fundo perdido, permitiria o reequilíbrio entre custos e receitas das empresas mesmo com a atual redução da demanda. Com esse apoio do Poder Público as empresas conseguiriam colocar 70% da frota em operação, número ideal para evitar aglomeração nos ônibus.

    No ofício ao Governo Federal o setor também solicita a suspensão, por seis meses, da cobrança de tributos federais que incidem sobre as empresas, tais como encargos sociais sobre o faturamento e PIS/COFINS sobre o óleo diesel; renegociação das linhas de financiamento usadas para renovação de frotas; e a possibilidade de suspensão temporária dos contratos de trabalho em caso de paralisação total ou parcial dos serviços.

     

     

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