Mudança de rotina: ruas silenciosas e praças vazias contra o coronavírus
O conjunto de decretos publicados nesta semana pelo governo municipal para restringir e tentar conter a pandemia do coronavírus (Codiv-19) na cidade, mudou drasticamente a rotina dos petropolitanos. As calçadas movimentadas comuns no meio da tarde durante a semana, foram substituídas por uma ou outra pessoa que teve que vir à Rua do Imperador ou “Vinida”, para resolver alguma coisa que tinha ficado para trás. As lojas com funcionamento em horário reduzido. Restaurantes fechando as portas mais cedo e até os bares da 13 de Maio fechados, fizeram com que os jovens celebrassem o “sextou” em casa.
As medidas de proteção são fundamentais para que o Covid-19 não se espalhe no município, e não faça mais vítimas como o que ocorreu em outros países, como na Europa. O petropolitano que tem raízes de colonos italianos e alemães tem a obrigação de observar os descendentes e não repetir os erros na hora de tomar as medidas preventivas.
A chuva de sexta-feira, deixou a calçada livre, sem sombrinhas abertas debaixo das marquises. Na Praça Dom Pedro II não tinham senhores de cabeça branca batendo papo nos bancos, estudantes fazendo hora para o segundo turno e até os taxistas que se reúnem nas portas dos carros, preferiram manter a distância recomendada. Cada um no seu quadrado.
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A porrinha entre amigos que acontece religiosamente na porta da Padaria Petrópolis, está adiada por tempo indeterminado. E por falar em religiosidade, as missas também foram suspensas por determinação do Bispo Dom Gregório Paixão para evitar aglomerações. Os demais cultos religiosos também tem a recomendação de suspensão e de adoção de medidas de proteção para seus praticantes.
E por falar em praticantes, os exercícios estão sendo praticados na sala de casa com a ajuda do Youtube e lives no Instagram. As academias estão com as atividades suspensas por pelo menos 15 dias. Alguns petropolitanos com mais espírito esportivo do que responsabilidade com o próximo, tem se arriscado nas bicicletas e corridas pelas ruas do Centro.
Crianças, adolescentes e até os pets, todo mundo que agita o coreto tem que ficar em isolamento. As escolas municipais e estaduais estão com as aulas suspensas, a princípio, por 15 dias. Mães e pais que tem que manter a rotina de trabalho, ainda com as mudanças, tem se desdobrado para conseguir manter o equilíbrio. O parquinho da Praça da Liberdade vai passar por uma longa quarentena sem os gritos entre os balanços. Os gritos, por enquanto, precisam ficar concentrados dentro das casas, dividindo espaço com televisão, videogame, internet e até videochamada. Para matar a saudade dos avós e até dos coleguinhas de classe, a videochamada é a sensação entre os pequenos. E a solução para manter contato ainda em quarentena.
Teve quem optou pelo home office, e tem se desdobrado entre o pijama e as reuniões que poderiam ser resolvidas com um e-mail. As saídas só em caso de extrema necessidade. Para sair, só com álcool gel, luvas e máscaras. São itens de necessidade básica e quase escassos no mercado. Como em dia de black friday, os itens chegam e somem das prateleiras em questão de horas.
Ainda que não tenha toque de recolher, perto das 20h são poucos os que ficam nas ruas. Os bares que nunca fecham, como o saudoso Tic-Tac, vai se render a determinação do decreto do governo municipal.
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Nas ruas, só quem precisa ficar a trabalho ou por falta de opção. Após as 20h, a Polícia Militar se mantém protegida de um vírus invisível com equipamentos de segurança feito de álcool gel. Bombeiros Militares não descansam, expostos a todo o tipo de risco, saem todos os dias percorrendo as ruas alertando a população sobre a necessidade do isolamento. As forças de segurança atuam juntas para frear a entrada do Covid-19 na cidade.
A cidade fechou as portas. Ônibus intermunicipais e interestaduais estão proibidos de vir para Petrópolis. Assim como os ônibus e as vans turísticas. A medida é drástica, mas uma tática fundamental para isolar e proteger a população. Os pontos turísticos aguardam em quarentena até a normalidade trazer novamente os visitantes. Os cervejeiros tiveram que optar pelo conforto do sofá para apreciar a bebida. Grandes eventos estão cancelados. Nem mesmo a Exposição Agropecuária prevista para maio escapou. Foi cancelada, ainda como medida de segurança.
No cinema, no Mercado Estação, o filme em cartaz é uma mensagem de força. Vai passar. O petropolitano aos poucos está assimilando a necessidade do isolamento. Essa próxima semana é crucial para evitar a disseminação do coronavírus. Para isso, os hábitos petropolitanos precisam também entrar em quarentena.