Independência registra dois tiroteios em menos de um mês
Moradores da região do Independência têm vivido momentos de muita tensão nos últimos dias. Somente entre a segunda quinzena de junho e essa semana, pelo menos dois tiroteios tiraram o sono de quem mora no bairro. A briga entre diferentes organizações criminosas está cada vez mais intensa e acaba afetando diretamente a vida de quem mora no local. Muita gente tem medo de sair para trabalhar, mas parece que ficar em casa também não é tão seguro.
Um morador da localidade conhecida como “Cantão” disse que a situação tem se tornado rotina no bairro. “Aqui em cima nós temos duas situações diferentes: a primeira delas é que os traficantes estão tomando conta das ruas, exibindo armas e ostentando drogas, se achando os donos do pedaço. Daí você liga para a polícia e ela vem. Só que quando eles chegam aqui, alguns moradores que têm medo dos traficantes acabam criando alvoroço e começa a confusão. Já a outra situação é a seguinte: quando a polícia sobe os traficantes já sabem onde se esconder e ao avistar o carro da PM eles saem correndo e se escondem. Se a coisa ficar feia e eles forem surpreendidos, aí a situação piora, porque eles atiram e a polícia revida, aí começa a confusão” explicou.
Ainda de acordo com moradores, o problema é que um grupo de traficantes que age na parte mais alta da região tem tentado enfrentar um outro grupo que fica na parte baixa do bairro. No meio da confusão estão ruas como Glauce Rocha e Leonor Maia, vias próximas à Estrada da Independência, principal acesso ao bairro. “Aqui em cima a gente fica preocupado. Você não pode convidar as pessoas para uma festa, para uma comemoração, chamar visitas para sua casa, porque com essa situação as pessoas ficam com medo. Fora que aqui já não é um lugar muito tranquilo e não tem uma das melhores famas. Eu gosto desse bairro e parabenizo a Polícia Militar pelo excelente trabalho que ela vem fazendo, mas essa situação tem que acabar. Precisamos acabar com essa vinda de bandidos do Rio para cá”, completou o morador, que preferiu não ser identificado. Segundo ele, a maior parte dos homens que são vistos vendendo droga nas ruas, na ausência da PM, são pessoas que vieram do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense.
A Tribuna entrou em contato com o 26º Batalhão de Polícia Militar do Quitandinha e questionou a corporação sobre a situação. Sobre o caso, o tenente-coronel Eduardo Vaz Castelano disse que a PM vai intensificar o serviço no bairro. “Vamos ver o que está acontecendo. Temos feito operações na região e tivemos duas trocas de tiro nos últimos dias”, declarou o comandante do 26ºBPM, que mesmo com um efetivo pequeno tem feito várias operações em toda a cidade para frear a entrada de drogas e armas, oriundas do Rio de Janeiro, além de ações diretas nos bairros e comunidades.