• Tempo quaresmal

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  • 06/03/2020 15:03

    Vivemos o Tempo Quaresmal, época de reflexão, penitência, perdão e conversão. Na quarta-feira como de costume encerrados os folguedos populares se realizou a cerimônia da imposição das cinzas sinal de reconhecimento de nossa condição de criaturas mortais, pecadoras e limitadas. Na Catedral de São Pedro de Alcântara em Petrópolis a cerimônia foi presidida pelo Reverendíssimo Bispo Diocesano Dom Gregório Paixão e concelebrada pelo Revmo. Pároco Padre Adenilson e  assistida pelos diáconos Marcos Carvalho e Rafael Sutter desta Circunscrição Eclesiástica. “Convertei-vos e crede no Evangelho”. (MT.6,1-18) “Lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar”, são palavras proferidas durante a Celebração Eucarística. As cinzas utilizadas foram preparadas pela queima de palmas usadas na procissão de Ramos do ano anterior. Lembram, portanto, o Cristo vitorioso sobre a morte. O paramento é o de cor roxa usado no Tempo do Advento e no Período Quaresmal. Mas o roxo no advento não significa penitência e sim um recolhimento, purificação da vida pela justiça e verdade, preparando os caminhos do Senhor. Vem acompanhado do sentido de um recolhimento que alimenta uma esperança. O nascimento de Jesus Redentor da Humanidade. Na Quaresma sim. Esse tom purpúreo entre o rubro e o violáceo simboliza e refere-se a uma profunda interiorização. Tempo forte de conversão, penitência, de jejum e oração. É a espera para um grande acontecimento. È a preparação para a Páscoa do Senhor,  a sublime passagem da morte para a vida. Até a natureza nos conclama a examinar nossas consciências, atos, ações e omissões. E no trajeto entre Rua da Imperatriz à Catedral contemplo violetas e agapantos nos jardins do Museu Imperial. Ao passear por Araras, Samambaia, Secretário, Nogueira e Itaipava as quaresmeiras encantam o cenário me lembrando dos imensos campos europeus repletos em lavandas e tulipas em tons roxos e lilases… Ressalte-se que o tema da Campanha da Fraternidade em 2020 é “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso com o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele.” (Lc 10, 33-34) Um dos símbolos da Campanha é a Santa Irmã Dulce dos Pobres. A Campanha da Fraternidade nos conclama a refletir sobre o significado mais profundo da vida em suas diversas dimensões: comunitária, social, pessoal e ecológica. O texto nos oferece um panorama completo. É referencial de que precisamos para viver, praticar e difundir em prol do bem comum. Muito além de abordagem que se fundamenta num pilar “Viu, Compadeceu e Cuidou”, se consolidada na solidariedade e na oração. Objetivo é ‘conscientizar à luz da palavra de Deus, diz texto-base. Santa Dulce dos Pobres e Papa Francisco são apresentados como inspiração de caridade. O tema nos reporta à Parábola do Bom Samaritano (Lc 10). É a Missão da igreja, pois, o amor a Deus e ao próximo transforma a pessoa. Ver aquele pobre moribundo depois de assaltado não foi apenas um ato tão somente fisiológico. Os meliantes queriam apenas roubar e para isso não se importaram com a fragilidade. A maldade, exploração, exploração e o egoísmo falaram alto. Avessos à compaixão. O levita e o sacerdote foram indiferentes. Mas, o samaritano volveu um olhar terno fraterno de comprometimento. Cuidou do irmão sem saber quem ele era. Levou-lhe ao abrigo e lhe garantiu estada digna. Esse é o verdadeiro significado de amor. Jejum, abstinência de carne e oração, mas, socorrer, se doar e preservar a vida do semelhante esse sim é o nosso fio condutor a Jesus.

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