Pesquisa indica que não comer frutas e vegetais pode causar ansiedade
Uma pesquisa realizada no Canadá, publicada em fevereiro, indica que comer poucas frutas e vegetais pode estar conectado a maiores chances de desenvolver algum tipo de transtorno de ansiedade. Liderada por pesquisadores da Universidade Politécnica de Kwantlen, na Colúmbia Britânica, a pesquisa analisou dados de mais de 26 mil homens e mulheres, entre 45 e 85 anos, coletados no Estudo Longitudinal Canadense sobre Envelhecimento.
O objetivo da pesquisa era comparar a presença dos transtornos de ansiedade ao longo da vida de adultos canadenses e adultos estrangeiros que moram no país. Curiosamente, entre as conclusões, que foram publicadas no International Journal of Environmental Research and Public Health, a relação Alimentação x Ansiedade foi um dos dados que mais chamou a atenção
Como a alimentação influencia na ansiedade:
A partir das análises, os pesquisadores descobriram que os participantes que comiam menos de três porções de frutas e vegetais por dia, tinham 24% mais chances de serem diagnosticados com algum tipo de transtorno de ansiedade.
Segundo Jose Mora-Almanza, co-autor do estudo realizado na Universidade, isso pode estar associado a outro dado da pesquisa, este relacionado às medidas corporais. Entre os participantes com níveis de gordura corporal acima de 36%, a probabilidade de apresentar algum transtorno de ansiedade aumentava mais de 70%. Karen Davison, autora líder da pesquisa, explica que “o aumento da gordura corporal pode estar associado a maiores inflamações. Pesquisas recentes sugerem que alguns distúrbios de ansiedade podem estar relacionados à inflamação”
Gênero, estado civil, renda, status de imigrante e enfrentar problemas de saúde também influenciam na ansiedade
Além dos resultados sobre a alimentação, outros dados chamam a atenção na pesquisa:
– Gênero – As mulheres (analisadas na pesquisa) apresentaram uma tendência maior a transtornos ansiedade: 1 em cada 9 mulheres sofriam de algum tipo de transtorno; entre os homens, a taxa foi de 1 para cada 15
– Estado civil: 7,8% dos entrevistados que viviam com um companheiro/companheira foram diagnosticados com ansiedade. A taxa cai para 3,9% entre as pessoas que sempre foram solteiras
– Renda: A taxa de distúrbios de ansiedade dobra entre pessoas que recebem menos de $20mil por ano (aprox. $1700/mês), quando comparada com outros de maior saúde financeira
– Problemas crônicos de saúde: A taxa entre pessoas com três ou mais problemas de saúde foi de 16,4%; O número cai para 3% entre os participantes sem problemas crônicos;
Outro dado curioso é em relação aos imigrantes que moram no país: 6,4% apresentavam algum tipo de distúrbio. Entre os nascidos no Canadá, a taxa é de 9,3%
Panorama da Ansiedade no Brasil e no Mundo
Segundo Davison, estima-se que 10% da população mundial irá sofrer com distúrbios de ansiedade. Hoje, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o líder em percentual de pessoas diagnosticadas com ansiedade, com 9,3% – o equivalente a 18,6 milhões de habitantes. Em relação à quantidade de pessoas, o país fica em quarto, atrás apenas de China, Índia e Estados Unidos.
Neste cenário, onde cada vez mais pessoas enfrentam este tipo de distúrbio, cresce também o número de iniciativas que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas. É o caso do portal Zenfy, que tem por objetivo “falar sobre temas como ansiedade e stress sem tabus, buscando alternativas para pessoas viverem mais felizes e tranquilas”
Em um de seus artigos, o portal indica sugestões para pessoas que buscam reduzir os efeitos da ansiedade no seu dia a dia.
Como lutar contra a ansiedade
Segundo o Zenfy, o primeiro passo é aceitar o problema e buscar ajuda profissional. Para os pesquisadores da Universidade Politécnica de Kwantlen, os resultados de seus estudos sugerem que “abordagens abrangentes, que visam comportamentos de saúde, como dieta, assim como fatores sociais, como status econômico, podem ajudar a minimizar o fardo dos transtornos de ansiedade entre adultos de meia idade e idosos”
Neste caminho, conforme artigo publicado no Zenfy, a prática de atividades físicas, junto com uma alimentação equilibrada, pode apresentar bons resultados. E, assim como as verduras e frutas fazem parte de uma alimentação saudável, outros alimentos podem ser evitados ou consumido com moderação. O café, por exemplo, por ser estimulante, exige mais cautela. Assim como bebidas alcoólicas, carboidratos refinados e gordura saturada.
Práticas como yoga, pilates, meditação e exercícios respiratórios também são sempre lembrados como aliados no combate à ansiedade e ao stress. O mesmo vale para buscar meios de controle financeiro e organização de rotinas diárias. Entretanto, o caminho mais indicado passa sempre por buscar apoio especializado.