Telefonia em Petrópolis – Parte I
O saudoso historiador e pesquisador Paulo Roberto Martins de Oliveira, que foi sempre atuante associado do IHP, mantinha um bem cuidado arquivo de assuntos petropolitanos, integrado de documentos, certidões, panfletos, recortes de jornais e revistas, anotações de pesquisas, fichas, além de livros e artigos publicados principalmente referentes à colonização germânica. Interessava-se sobremaneira pela história de instituições e organizações de fundamental importância para a história petropolitana e, uma delas, o serviço de telefonia na região serrana e sua profunda ligação à então cidade-estado, capital do país, o Rio de Janeiro. Em suas andanças pela seara da pesquisa, juntou e anotou preciosas informações, que vinha organizando em redação para a consequente formatação final de um substancioso trabalho histórico sobre o tema.
Eis as primeiras linhas da pesquisa, que vinha desenvolvendo:
A IMPORTÂNCIA DA CIDADE DE PETRÓPOLIS NO DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E TAMBÉM DO PAÍS – A história do telefone em Petrópolis. A história do telefone em Petrópolis, começa a partir do ano de 1883, quando da 1ª ligação interurbana no Brasil, entre o Paço Imperial do Rio de Janeiro e o Palácio Imperial de Petrópolis.
Em 1888 a Companhia Petropolitana de Tecidos, situada em Cascatinha 2º distrito de Petrópolis, mantinha uma instalação telefônica para o serviço da fábrica: uma central com 8 aparelhos O sistema telefônico não só em Petrópolis, como em todo o país, ficou estagnado entre 1889 até 1906, com o término do Império e início da República e, também, durante a 1ª Guerra Mundial (1914-1918).
Em 1910 o serviço telefônico era feito pela repartição dos Correios e Telégrafos, que construiu uma linha telefônica entre o Rio de Janeiro e Petrópolis, na extensão de 54 km; com 303 km. de fios. Nessa época, cobrava-se por uma conversa de 5 minutos 1$000 (um mil réis). Em 31 de dezembro de 1910, num pequeno prédio (andar térreo), na avenida 15 de novembro nº 557 (atual rua do Imperador), foi inaugurada a primeira estação telefônica com o sistema de Bateria Central e com 26 assinantes.
No ano seguinte em fins de 1911 já contávamos com 378 assinantes. Em 1912 havia quatro circuitos interurbanos ligando Rio de Janeiro a Petrópolis. O serviço desenvolvia-se decisiva- mente, principalmente na parte interurbana, consequência direta das suas relações comerciais com a capital da República, bastando dizer que neste ano foram completadas 13.013 ligações desta estação para outros pon- tos.
Em 1914 a estação telefônica foi transferida para o prédio nº 881 da mesma avenida, ocupando o sobrado, em cujo térreo funcionava o Banco Construtor do Brasil, responsável pela distribuição da energia elétrica na cidade e, também, dos serviços de bondes. Em 31 de dezembro de 1915 havia em Petró- polis, 727 assinantes para 11.811 no Rio de Janeiro e 1.151 em Niterói. Em 1916 era Petró- polis e cidades próximas servidas pela “The Inte- rurban Telephone Company of Brazil”.