Prefeitura investiga se explosivos em obras causaram abalos na Castelânea
A Defesa Civil (DC) descartou, inicialmente, que causas naturais tenham provocado os tremores relatados pelos moradores de duas vilas – Inocêncio Crivellaro e Antônio Latsch – na Castelânea. Técnicos e o geólogo do órgão foram até a região vistoriar as casas, mas não encontraram rachaduras ou deslocamentos nos imóveis. Os abalos começaram a ser sentidos no fim do ano passado e no domingo (1) foi episódio mais recente relatado pelos moradores.
“Estamos descartando a princípio causas naturais que possam ter causado esses tremores. Vamos encaminhar a questão para a Secretaria de Obras para levantar, através da fiscalização, se há construções no local que eventualmente utilizem explosivos”, disse o secretário de Defesa Civil, coronel Paulo Renato.
A moradora Francisca Helena Jorge dos Santos, de 47 anos, que há 12 anos mora na Vila Antônio Latsch, foi uma das que sentiu os tremores. Ela conta que os basculantes e janelas da casa chegaram a tremer. “A gente fica assustada porque não dá para saber o que está acontecendo. Tudo treme e balança dentro de casa”, disse a moradora.
Segundo ela, em todos esses anos morando na Castelânea, nunca havia acontecido nada parecido na região e o relato de todos os moradores é o mesmo. “Domingo à noite aconteceu de novo. Dá medo de ficar dentro de casa”, ressaltou Francisca, que mora com o marido e o filho.
Com receio dos abalos, alguns moradores deixaram as casas e foram buscar abrigo com parentes. “Parece que tudo vai cair. Vem um estrondo e o chão da casa treme”, contou a dona de casa Débora Corrêa Caetano, de 40 anos. Ela mora na Vila Inocêncio Crivellaro e, na última quinta-feira, deixou a casa por medo dos tremores. “Fui para a casa de parentes e só voltei no sábado. Mesmo assim não dormi, com medo que acontecesse de novo”, disse.
Em 2011, moradores do BNH do São Sebastião que fica há poucos quilômetros da Castelânea também relataram sentir tremores nos apartamentos, principalmente os localizados no parte mais alto do condomínio. Na época, a Defesa Civil esteve no local, mas também não foram descobertas as causas dos abalos.