• A saúde e a atenção básica

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  • 03/03/2020 15:18

    Infelizmente, vivemos em um momento sombrio na história da saúde de nossa cidade. A cada local visitado, a cada posto vistoriado, encontro irregularidades e a falta da manutenção básica. Mas, no início do carnaval, estive envolvida com mais uma situação calamitosa e entristecedora. Recebi informações de uma mulher, prestes a ter o filho, que não estava conseguindo ingressar na maternidade do Hospital Alcides Carneiro. 

    Devo perguntar, que maternidade é essa? Não pensei duas vezes, fui até o local prestar o apoio e solidariedade, auxiliando a mãe até o nascimento da criança. Não podemos mais tolerar a falta de preocupação com as pessoas. A população que é atendida pelo sistema público de saúde merece respeito e adequação às demandas. Como podemos aceitar que apenas sejam dadas desculpas como a quantidade de pessoas que vêm de outros municípios? 

    A meu ver, para termos uma gestão eficiente precisamos ter os números em nossas mãos, e trabalhar com todos os dados necessários, principalmente sobre a demanda. As filas nas Unidades de Pronto Atendimento e Hospitais se devem a um fator primordial: A falta de um sistema adequado de atenção básica. Se os Postos de Saúde da Família e as Unidades Básicas de Saúde funcionassem com a estrutura necessária, a demanda dos hospitais e UPAs seria reduzida. 

    Mas é muito falar da melhoria desse sistema? Não observo desta maneira. Há inúmeras formas de atuarmos no problema. O primeiro fator que devemos considerar é acerca da estrutura logística. Em muitos casos, é necessária uma reavaliação do trânsito de insumos e medicamentos em todo o município. Pensando em formas de diminuirmos os problemas operacionais e fazendo com que haja o necessário para o atendimento diário e casos emergenciais. 

    Também acredito que há a necessidade de uma constância de reparos e adequações das unidades dos bairros. Isto é, se há prevenção não teremos problemas estruturais gigantescos que precisam de maior investimento em reformas amplas. Não podemos acatar o ato politiqueiro de esperar que tudo desabe para depois fazermos uma grande reforma: Precisamos agir em cada parede que perde um pouco de tinta, a cada buraco formado pela chuva, a cada telha quebrada. 

    A funcionalidade estrutural do sistema de saúde é necessário para melhorarmos o atendimento e a recepção. Também observo a necessidade da ampliação das informações sobre a utilização de cada posto de saúde e unidades de atendimento. Campanhas informativas e a criação de meios para a população manifestar insatisfações com o atendimento, podem ser de grande valia para a melhorar da saúde de nossa cidade. Mas, o mais importante de tudo, é o fator humano!

     Com servidores valorizados e respeitados, com salários pagos em dia e com um trabalho efetivo de valorização daqueles que desempenham a sua função com maestria, se fazem, a cada dia, mais necessários. Está na hora de erguermos a manga e fazer por essas pessoas que estão sempre presentes em prol da nossa cidade e população. Enfim, não podemos abandonar a saúde, não podemos negar o atendimento, não podemos aceitar uma atenção básica jogada às moscas. Já passou da hora de termos uma gestão efetiva que coloque a saúde de nossos munícipes como algo que realmente importa para a construção de uma sociedade mais madura e efetiva.. 

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