• O Cristão: Exigências da Lei

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 18/02/2020 12:50

    O Senhor diz no Evangelho (Mt 5, 17-37) que Ele não veio destruir a antiga Lei, mas dar-lhe a sua plenitude; restaura, aperfeiçoa, e eleva a uma ordem superior os preceitos do Antigo Testamento. Somos convidados a refletir sobre qual deve ser a atitude do cristão diante da Lei de Deus e as implicações que a mesma tem nas nossas opções de vida. 

    O que Jesus deseja é a perfeição da Lei, realmente uma observância do coração: não simplesmente matar fisicamente, mas evitar matar psicológica e moralmente o irmão por desprezo, depreciação e inveja. Não basta não cometer adultério; é preciso também não alimentar, no coração, a cobiça por mulher casada ou homem casado, e ser fiel ao compromisso assumido no casamento ( Mt 5, 27 ).

    No matrimônio não se pode pensar só em si mesmo; é uma vocação, uma entrega de vida, total doação um ao outro; é uma vocação em que os dois deverão enfrentar os desafios, sofrimentos e crises juntos. Observar a Lei não significa reduzi-la a cultos de observâncias, mas exige uma contínua conversão interior que inspire o amor, a justiça, a misericórdia e as relações fraternas numa simplicidade de criança.

    Só em Deus poderemos conseguir a luz e a força, para alcançarmos o procedimento ideal que nos conduzirá à verdadeira liberdade e à plena felicidade. Jesus não veio abolir a lei, mas levá-la à perfeição. Depois de ter anunciado os grandes princípios da nova lei, nas bem-aventuranças, Jesus as desenvolve, aprofundando o espírito dos mandamentos dados ao povo de Deus por Moisés. Trata-se de cumprir não apenas materialmente os mandamentos, mas de dar-lhes o verdadeiro espírito de justiça e de amor. 

    Daí as palavras de Jesus: “Ouvistes o que foi dito aos antigos; Eu, porém, vos digo” (Mt 5, 17-37). Isso em relação à vida, à felicidade ao amor conjugal e à verdade. Não basta, por exemplo, não matar; é preciso também evitar palavras de desamor, de ressentimento ou de desprezo para com o próximo. Não basta privar-se dos atos materiais contra a lei; é preciso eliminar também os maus pensamentos e os maus desejos, porque quem os consente, já pecou no “seu coração” (Mt 5, 28): já assassinou o seu irmão ou cometeu adultério. 

    Quanto ao adultério, Jesus insiste na interioridade e fidelidade matrimonial, apelando ao amor verdadeiro e leal. As pessoas que se deixam levar pelos instintos podem provocar graves problemas a si próprias, às suas famílias e aos outros, pelo que é preciso ter coragem para saber cortar pela raiz determinadas situações que possam vir a causar posteriores contratempos. 

    É preciso superar a lei antiga, aperfeiçoá-la, isto é, tendo uma delicada atenção à pureza interior… Com efeito, com a sua vinda o Messias devia trazer também a Revelação definitiva da Lei, e é precisamente isto que Jesus declara: “Não julgueis que vim abolir a Lei ou os Profetas. Não vim para os abolir, mas sim para os levar à perfeição”. 

    E, dirigindo-se aos seus discípulos, acrescenta: “Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus” ( Mt 5, 17.20 ). Em que consiste esta “plenitude” da Lei de Cristo, esta justiça “superior” que Ele exige? Jesus explica-o mediante uma série de antíteses entre os Mandamentos antigos e o seu modo de os repropor 

     

    Últimas