
Após décadas de perdas, retomada da economia é um dos maiores desafios de Petrópolis
Lojas fechando, economia desacelerando e um sentimento de incerteza e desânimo: o fenômeno não é novo. Quem é de Petrópolis está acostumado a ouvir sobre a decadência econômica do município há décadas. Fábricas que hoje são galpões, estacionamentos ou prédios abandonados, como o Dona Isabel, começaram a ser desativados nos anos 1980, causando o primeiro grande baque. Depois, nos anos 1990, foi a vez do setor têxtil e, consequentemente, a Rua Teresa começarem a perder força, com a concorrência da China e sua produção em uma escala impossível de ser acompanhada pelos produtores locais. Mais recentemente, sofremos com duas grandes crises: pandemia do Coronavírus, em 2020 e 2021 e, logo depois, a tragédia das chuvas de 2022. Agora, parece que estamos enfrentando uma “ressaca” de todos os problemas recentes, com mais de 3 mil estabelecimentos fechados e perdas simbólicas, como o Bar da Bohemia e o Parrô do Valentim, restaurantes tradicionais da cidade. De todos os desafios que tem pela frente a atual gestão da Prefeitura, que completou 10 meses nesta semana, o desenvolvimento econômico pode ser um dos principais. Por outro lado, essa questão pode se tornar a grande marca do governo, virando a chave e dando um rumo não só para a gestão, mas para a cidade como um todo.
Capacidade de articulação e identificação das vocações são caminhos
Apesar de já sofrer desgaste com os problemas herdados e avolumados nos nove primeiros meses de governo, a gestão do prefeito Hingo Hammes dispõe de algumas armas que podem ajudar nesse processo: boa interlocução com atores políticos externos, como o Governo do Estado e o setor produtivo. Isso é importante para identificar novas vocações, trazer empresas em larga escala, que ofereçam não apenas vagas de emprego, mas com qualidade, bons salários e progressão de carreira, além de novas vocações para a cidade. O movimento pela vinda do supercomputador de Inteligência Artificial, que cresceu na última semana, é um bom caminho nesse sentido, e a consolidação de Petrópolis como polo tecnológico também. Mas, além disso, Petrópolis precisa de fatos novos. Grandes empresas, novos investimentos, um sinal que retome não só o dinamismo da economia, mas também a autoestima dos petropolitanos. Numa dessa, quem alcançar esse objetivo, que não será fácil, pode até entrar para a história.

Entrou para os anais
Tirem as crianças da sala! As senhorinhas que passam a tarde assistindo à TV Câmara ficaram novamente chocadas. Na audiência que debateu as emendas para o PPA, o presidente da Comissão de Orçamento, Tiago Guel, teve, digamos, uma certa dificuldade para ler “Plano Plu-ri-a-nu-al” (a gente soletrou pra facilitar a compreensão). Como o Les Partisans é uma coluna de família, a gente se limita a explicar que o vereador acabou comendo uma letra da penúltima sílaba. Daí você pode calcular o estrago…
Sem carência
Uma servidora puxou a nossa orelha: as permutas dos servidores não devem ser contadas como falta de professores em salas de aula, como a gente listou na terça-feira. A permuta é a troca de profissionais entre os municípios. Vale o registro. Mas vale mencionar, também, que a questão não altera o mérito da situação da perda de profissionais na rede, já que o número é pequeno em relação ao total de funcionários que, por diversas razões, estão desfalcando o sistema de ensino.
Ainda o transbordo
Como já era de se imaginar, deu pano pra manga a tentativa de implantar transbordos nos ônibus do Quarteirão Brasileiro, onde já se disse até que a ideia é colocar apenas uma van rodando pelas comunidades do entorno, deixando os passageiros na Barão do Rio Branco. Na verdade, não é bem assim, pelo menos no discurso oficial: a Turp planeja manter as linhas já existentes, mas deixando de ir até o Centro fora dos horários de pico. Mas é aquilo: como não há clareza no diálogo com os moradores, o espaço fica aberto para tudo que é tipo de especulação.
Treta pré-hospitalar
O que era para ser um simples gesto de homenagem pode reaquecer a rivalidade política na Posse. O vereador Marquinhos Almeida aprovou lei na Câmara, sancionada pelo prefeito Hingo Hammes, dando o nome da Unidade Pré-Hospitalar ao ex-vereador Jorge Relojão. Até aí tudo bem. O problema é que, no fim de sua gestão, Rubens Bomtempo já havia assinado decreto homenageando com o nome da UPH o comerciante local José Ramos de Mello Sobrinho, indicado pelo então vereador Ronaldo Ramos.
Baixo astral
Falando em Câmara, a gente ainda não entendeu o porquê, mas essa semana a gente sentiu alguns vereadores, antes tão alegres e sorridentes, meio borocoxôs, pra baixo, só cumprindo tabela… Será que aconteceu alguma coisa, eles receberam uma má notícia ou algo do tipo?
Especulações a mil
As articulações para a eleição de governador continuam a toda. A nova especulação é de que Cláudio Castro ficaria sentado na cadeira até o final, impedindo Rodrigo Bacellar de ocupar o cargo e ter visibilidade. O caminho ficaria ainda mais aberto para Eduardo Paes, que conversa com o PP, dono do maior fundo eleitoral do Brasil. Dois nomes são cotados para compor chapa: o prefeito de Magé, Renato Cozzolino, para vice; e Dr. Luizinho para o Senado. E Castro? Bem, o governador, que ficaria sem mandato, poderia ir para o TCE, já que uma vaga será aberta no ano que vem.
Vai ter emoção até o fim
Estava tudo certo para Rodrigo Bacellar ser o candidato de Cláudio Castro, com apoio de quase todos os deputados estaduais e da base aliada do governador. Mas ele foi mexer afoitamente uma peça importante do tabuleiro ao demitir Washington Reis do Governo do Estado, passando por cima de Castro, e iniciou uma grande crise. Mas Bacellar não desiste: está em conversa com o PL e vem endurecendo o discurso à direita. O outro pivô da crise, Washington Reis, também está lançando balão de ensaio como candidato pelo MDB e quer ter como vice o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho. A gente só vai saber de tudo mesmo no dia das convenções, às vésperas da campanha eleitoral. Até lá, tudo pode mudar.

Contagem
Estamos há 2 anos, 5 meses e 5 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br.